Os EUA Armam Sabotagem Contra Teerã
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VAMOS À GUERRA!
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É assim que os governos norte americanos
unem a nação em torno de si, trazendo o foco para a já desgastada retórica da
“segurança nacional”.
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Acuado por índices de popularidade
desfavoráveis à reeleição que se aproxima, Obama constata que, além de já não ser favorito, está também encurralado entre os ataques dos
republicanos pela direita e as críticas do #Occupywallstreet, pela
esquerda.
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Anteontem, 11 de outubro, o governo de
Barack Obama anunciou atroadoramente haver desmontado uma conspiração de facção
do governo iraniano para assassinar o embaixador da Arábia Saudita nos EUA e
cometer outros atentados contra embaixadas sauditas e israelenses, mas sem
precisar quais ataques seriam esses.
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Ora, quem já não assistiu a esse filme!
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As justificativas forjadas para despejar
bilhões de toneladas de TNT através de artefatos atômicos sobre civis
japoneses, apressadamente, antes que a segunda grande guerra terminasse; a
invasão sob provas maquinadas do Iraque, e o conseqüente enforcamento do seu
chefe de governo (desafeto pessoal do pai do caubói de plantão na casa branca)
após julgamento sumário por tribunal fajuto montado e pago por eles mesmos; as
explicações mentirosas urdidas para justificar a utilização de gás mostarda e
bombas de napalm sobre aldeias norte vietnamitas; os conchavos com os
israelenses que cederam-lhes seu “holocausto” para que estes o inflassem o
quanto necessário para embutir a barbárie da evaporação em segundos, de
centenas de milhares de mulheres, velhos e crianças japonesas de Hiroshima e
Nagazaki, em troca de apoio incondicional aos crimes diários contra os
palestinos.
Em face de todas essas constatações, a débâcle norte americana não é apenas no
aspecto econômico, mas é principalmente no moral.
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Uma “democracia” que tem se sustentado à
custa de uma mídia nacional e internacional bancada a preços altíssimos e que
lhe garante suporte contra todas essas violações a povos e governos por esse
mundo afora, tem também aprimorado sua
esperteza em criar factóides para desviar a atenção do público interno e
angariar a simpatia do externo, para que não se voltem contra seus governos
subalternos pelo apoio sempre irrestrito, como acontece com o israelense, o
saudita e o britânico.
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Assim que Obama anunciou a possível
conspiração iraniana, em seguida a represália com novas sanções contra Teerã, a
Arábia Saudita se manifestou de imediato contra a “violação flagrante e
desprezível da lei internacional” e o governo britânico de David Cameron veio a
público para dizer que os indícios de envolvimento de “elementos do regime
iraniano” eram “chocantes” e oferecer seu apoio aos EUA em relação a medidas
punitivas. Os outros aliados dos EUA se mostraram mais cautelosos. A chanceler
da União Europeia, Catherine Ashton, diz que as acusações terão consequências
graves “se forem confirmadas” e mídias da França e Alemanha falam de “suposto
complô” e “acusação forjada dos EUA”.
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O governo iraniano está longe de ser
monolítico – são notórios os desentendimentos entre o aiatolá Khamenei e o
presidente Mahmoud Ahmadinejad, e não se pode descartar, a priori, a
possibilidade de algum componente fanatizado ter-se envolvido em planos
insensatos. Mas há razões para duvidar.
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A primeira, mais óbvia, é que já se viu EUA
e Reino Unido fazerem acusações falsas e forjarem provas em conjunto contra um
governo estrangeiro, quando decidiram invadir o Iraque de Saddam Hussein. Desde
então, mudaram os governos, mas as políticas de Estado continuam
fundamentalmente as mesmas, pois essa prática nefasta subsiste além dos seus
líderes.
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A segunda é que um complô do Irã para atacar
os EUA ou a Arábia Saudita se encaixa mal na atual conjuntura internacional, ao
passo que um complô anglo-americano contra o Irã combina perfeitamente com o
cenário da crise sem precedentes e com os hábitos criminosos dos dois povos.
Nos últimos meses, a Primavera Árabe tem permitido ao Irã romper seu isolamento
na região, a começar pela normalização das relações com o Egito, que alarma
estadunidenses, sauditas, ingleses e israelenses. Teerã também continua a
buscar a mediação dos BRICS e da Turquia para um acordo sobre seu programa
nuclear, voltando a oferecer o fim do enriquecimento de urânio a 20% em troca
de combustível. Parece óbvio que o regime não quer provocar um conflito
imediato, ao passo que os EUA e seus aliados têm todo interesse em deter a
regularização das relações iranianas e voltar a segregar o país.
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Por que interessaria ao Irã, ou mesmo a uma
facção do seu governo, eliminar um embaixador, ou cometer atentados contra
embaixadas neste momento? Tais ações não são típicas de governos, mesmo mal
intencionados, mas de organizações em busca de projeção, propaganda e conquista
de militantes. A tradicional pergunta “quem se beneficia?”, pode não bastar
como prova, mas aponta para o outro lado.
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Mesmo antes da Primavera Árabe, a Arábia
Saudita e os emirados do Golfo pressionavam os EUA a atacarem o Irã, visto como
uma ameaça revolucionária a seus regimes obsoletos e criminosos. E é
evidente que a nova conjuntura da região os deixou em pânico, pela influência
dos aiatolás sobre a região e principalmente os xiitas de sua região oriental e
dos países vizinhos.
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Também é evidente o interesse de Washington
em criar um incidente, tanto por razões de política internacional –
desincentivar negociações e aproximação de outros países com o Irã, e dar o “toque de reunir” a seus aliados da
Otan – quanto de política interna, uma vez que a insurreição dos note
americanos já alcança quase todas suas principais cidades.
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Quando a economia é um desastre, nada como
forjar um inimigo externo para conseguir o apoio automático da mídia e de parte
dos eleitores. O patriotismo é o último recurso, como dizia Samuel Johnson.
Portanto... VAMOS A MAIS UMA GUERRA SUJA!
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