Sorvido no Trabalho

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 Quando apenas a coragem não basta.
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Aos que se doam anonimamente ao trabalho, no serviço público federal.
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A sensação, claro, é desagradabilíssima. É a do solitário observado de soslaio pela multidão. E embora a multidão não o olhe de frente, não o perde de vista pelo canto de um dos olhos,
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E esboça um perverso sorriso no lado oposto e oculto da face. Muitas das armadilhas deixadas engatilhadas, são diariamente detectadas e desarmadas, provocando mais estrago do que se nelas se tivesse sucumbido.
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O mestre do picadeiro mal ouve, mal fala, mal vê, enquanto Bailarinas, mágicos e trapezistas, viciados, adoçam sua boca com falsas performances embutindo-lhe os sentidos. Perdido e assustado entre soluções óbvias, opta pela paralisia desagregadora, jogando na mesma gaiola, feras famintas e profissionais indefesos.
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E estes, angustiados com o malogro iminente, deixam-se devorar aos gritos da turba desvairada, na expectativa de salvar o espetáculo com o seu próprio escárnio, indiferentes à certeza de que os louros serão entregues com regozijo aos trapezistas, aos mágicos e às bailarinas,
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Sob os olhares tristes de outros atônitos palhaços.
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Rodolfo Vasconcellos – 13/12/11
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