Férias na Casa de Praia de Babá e Célia – IV – Churrasco Numa Sexta-Feira 13
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Acordei às três da matina
lembrando que não tirara as carnes do congelador no dia anterior para a parte
de baixo da geladeira. Não dava mais tempo para esses requintes, tinha que
retirá-las para a bancada da cozinha para que desse tempo para um
descongelamento completo. Assim o fiz.
Substituí a caminhada
matinal pelos últimos preparativos para os acompanhamentos das carnes. Nadja
preparou uma salada com alface americana, rúcula, rabanete, pepinos, tomates e
cebolas cortadas em tiras longitudinais, servidas com um molho de iogurte
natural, creme de leite, sal e salsinha fresca bem picadinha. Meu irmão Nando
preparou um vinagrete e Célia ficou com a farofa na manteiga, arroz e maionese
de batatas.
Às 10:00 h. chegou a
churrasqueira de Nando. Excelente, mas ideal para um casal. Estávamos esperando
cerca de trinta pessoas. Conseguimos uma outra com um amigo da família, mas
também era muito pequena, mesmo se juntássemos as duas.
Lembrei de alguns churrascos
de anos atrás, quando não dava muita importância a esses detalhes e terminava
com uma fila de famintos segurando seus pratos com os acompanhamentos, me
olhando atravessado por não estar com carne pronta para eles.
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Meu sobrinho Francisco Vasconcelos e minha filha "Quequel" Rolim: cinco anos de uma grande amizade.
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Disse a Babá que tínhamos
que conseguir uma churrasqueira bem maior, e fomos levados até a simpática
residência dos artistas plásticos Nilso Luiz e Leda Maria. Ele, designer de
móveis, e ela designer de ambientes. Parecia que havíamos entrado num Conto de
Fadas. Tudo era mágico: do caminho de ripas de coqueiro que nos levava ao
atelier nos fundos da casa, ao próprio atelier, construído com o mesmo
material. Nilso utiliza madeira de demolição naval para construir mesas,
petisqueiras, portas e outras peças de cores fantásticas, já que partes das
tintas que outrora viram o mar, tiveram que se esconder sob novas camadas.
Nilso lhes dá luz novamente sob o olhar apaixonado e cheio de admiração de
Leda. www.demolicaonaval.blogspot.com< O designe
da sua casa, suas janelas e portas, os detalhes do piso, a escada que leva ao
mezanino e, principalmente, o clima do ambiente, nos deixa encantados a todos.
Mas, nós tínhamos ido até lá
para pedir-lhes a churrasqueira emprestada, e quando lhes fizemos o pedido, ele
um pouco desconcertado nos mostrou num canto do jardim uma feita de tonel
metálico, com tampa móvel que permite defumar, e tamanho ideal. Devia estar ali
há muito, e era parte integrante da paisagem. Reinava silenciosa na quietude
daquele jardim, e brilhava colorida e quente nos dias de assar peixes
embrulhados em papel alumínio, em retribuição a acolhida e ao respeito à sua
silente presença que o casal lhe oferecia. A urgência e a necessidade nos
tornou momentaneamente insensíveis para recusar aquela doída oferta. Antevendo
o desastre, Leda acudiu com um edredom de cor mostarda, com pouco uso, que
jogou na mala do Meriva para acolher sua amiga.
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Quando a apanhamos nos
braços, seus pés de ferro se desmancharam. Mas ela não deu sinais de fraqueza
até tentarmos removê-la na casa de Babá. Em sinal de protesto à interrupção do
seu ciclo de vida, esfarelou-se, causando pequenos ferimentos em nossas mãos.
Já era meio dia.
Saímos em direção à feira de
Cabedelo (cidade portuária da grande João Pessoa), e depois tentamos comprar a
churrasqueira de um assador de galetos. Botamos preço em tudo: na churrasqueira
e nos galetos, os assados e os ainda crus. Não teve jeito, era o “ganha-pão” do
cara.
Fomos em serralharias,
pequenos mercados, bares... E nada.
Com muita insistência
consegui convencer Babá que não dava mais para fazer nenhum churrasco para o
almoço daquela sexta-feira 13.
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Uma das dez vítimas.
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Exagerado, Babá foi ao Bar
da Praia, de propriedade de um italiano de nome David que há anos encantou-se
com o litoral paraibano, e comprou peixada para as trinta pessoas.
Quando chegamos estavam
famintos. Todos familiares ou pessoas amigas, mas todos muito queridos.
Compreenderam, curtiram a
peixada, e tudo terminou em violão, cerveja e muitos, muitos sorrisos.
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