São Paulo Aniversaria Envergonhada com a Brutal Desocupação do Pinheirinho.
O governador Geraldo Alckmin pretende ser o ultra-conservador
que “garante a ordem”, investe contra os pobres insubmissos e confirma
subordinação do Estado ao interesses da oligarquia.
Será preciso, nos próximos dias, processar todos os
dados. Mas ao que tudo indica, a barbárie que ocorreu em São José dos Campos
foi um verdadeiro massacre e algo mais. O desalojamento de milhares de
famílias, que constituíram um bairro vivo, num latifúndio urbano de 1.300
milhão de metros quadrados, antes reduzido à especulação imobiliária seria, por
si mesma, um escândalo.
Mas há outros agravantes. Naji Nahas, que reivindica a “propriedade”
do latifúndio, é um especulador condenado, num país em que, tradicionalmente, a
justiça fecha os olhos (e a política institucional corteja...) os corruptores e
criminosos de colarinho branco.
Pior que tudo isso: havia uma trégua em curso, acertada por todas as partes, e uma decisão da justiça federal mandando suspender a mal-chamada “reintegração de posse”. O caso ganhou notoriedade nacional e foi veiculado na mídia internacional.
Pior que tudo isso: havia uma trégua em curso, acertada por todas as partes, e uma decisão da justiça federal mandando suspender a mal-chamada “reintegração de posse”. O caso ganhou notoriedade nacional e foi veiculado na mídia internacional.
Cansados de tantas arbitrariedades, alguns membros do
Pinheirinho vestiram-se de uniformes de resistência improvisados, numa
encenação artística do pode vir a ser o contra-poder popular.
O governo Geraldo Alckmin – ligado ao fundamentalismo
cristão de direita – e o Tribunal de Justiça de São Paulo – conhecido por seus
laços com o que há de mais feudal e escravocrata na oligarquia paulista – não toleraram
o hipótese de diálogo, muito menos a irreverência das imagens.
Num país em que a oposição tradicional parece paralisada,
Alckmin pretende, ao que tudo indica, ocupar o espaço da violência contra os
pobres insubmissos e da submissão do Estado aos interesses do capital que se
liga a oligarquia.
Certamente se mobilizou por isso e, provavelmente, não
ignorava o acordo firmado há poucos dias entre os movimentos de sem-teto e a
Justiça Federal. O que quis foi mostrar que não o respeita; que seu projeto
político inclui até mesmo passar por cima das negociações que buscam a
conciliação social, quando essa não serve à oligarquia financeira.
A esta altura dos acontecimentos já se sabe que mais de
20 moradores foram presos, e mais de 50 atendidos em postos médicos, porém,
quantas foram as vítimas pessoais desta deriva ultra-conservadora do governador
de São Paulo, jamais se saberá ao certo, embora já seja possível enxergar que a
maior das vítimas é a democracia.
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