Vazamento: Norte Americanos Tentam Escapar do Brasil Mas Têm Passaportes Apreendidos
O presidente da Chevron no Brasil, o norte americano George
Buck, e mais três funcionários de alto nível da empresa responderão ainda por
dificultar a ação fiscalizadora do Poder Público, se omitir em cumprir
obrigação de interesse ambiental, apresentar um plano de emergência enganoso e por
falsidade ideológica, ao alterarem documentos apresentados a autoridades
públicas. O MPF pede também o sequestro dos bens dos denunciados e o pagamento
de fiança de R$ 1 milhão para cada pessoa e R$ 10 milhões para cada empresa.
Caso sejam condenados, o valor da fiança servirá para pagar a indenização dos
danos, multa e custas do processo.
Segunda a denúncia apresentada na 1ª Vara Federal de Campos, o derramamento de
óleo afetou todo o ecossistema marítimo -- podendo levar à extinção de espécies
-- e causou impactos às atividades econômicas da região, além de danos ao
patrimônio da União, uma vez que o vazamento ainda está em curso. Para o
procurador da República Eduardo Santos de Oliveira, os funcionários das
empresas Chevron e Transocean causaram uma “bomba de contaminação de efeito
prolongado” ao empregarem uma pressão acima da suportada, ocasionando fraturas
nas paredes do poço que vazaram o óleo no mar, mesmo após o seu fechamento.
Segunda a ANP (Agência Nacional de Petróleo), foram detectadas falhas
gravíssimas em equipamentos na plataforma SEDCO 706 -- de propriedade da
Transocean --, demonstrando a precariedade das condições em que a Chevron
promovia a perfuração dos poços de petróleo. Embora constasse em seu Plano de
Emergência Individual, a Chevron não tentou recolher o óleo do mar, optando
pelo uso da dispersão mecânica, que causou o espalhamento do petróleo e
aumentou o desastre ambiental. A auditoria da ANP evidenciou ainda a presença
de apenas uma embarcação destinada a dispersão mecânica da mancha.
Entre os denunciados pelo MPF, está também uma analista ambiental da empresa
Contecom, presa em flagrante pela Polícia Federal em novembro de 2011 pelo
armazenamento e processamento inadequado de produtos tóxicos provenientes da
perfuração da Chevron no campo de Frade. Foi constatado que o material
transbordava no tanque, misturando-se a outros produtos tóxicos e escorrendo
até galerias de águas pluviais.
Comportamento criminoso
De acordo com o procurador, o Ministério Público Federal está convicto do
"comportamento criminoso" da Chevron e espera que os representantes
da petroleira sejam condenados com rigor. Ele afirmou que após a denúncia na
esfera criminal, protocolou uma medida cautelar para que a Chevron seja
interditada.
Oliveira argumentou que a medida cautelar que exige entrega dos passaportes dos
empresários americanos para a Polícia Federal -- em um prazo de 24 horas após a
notificação --, obrigando assim a permanência no Brasil, foi motivada pela
própria postura da Chevron ao anunciar o vazamento. "O que chegou para a
gente é que logo após o anúncio da mancha de óleo, a empresa imediatamente
requereu à ANP a suspensão das atividades. Isso motivou a medida cautelar, pois
entendemos que o pedido de suspensão é um indício de que eles queriam deixar o
país", disse.
Novos vazamentos
O novo afloramento da semana passada ocorreu a 3 quilômetros do poço que vazou
em novembro, e a Chevron admitiu um afundamento na área em que se formou uma
fissura de 800 metros. De acordo com a ANP, foram identificados desde a semana
passada cinco pontos de vazamento ao longo de uma fissura de 800 metros, de
onde se observava o aparecimento de gotículas de óleo, em uma vazão reduzida.
Na noite do dia 16, a ANP consentiu que a empresa interrompesse totalmente a
produção do campo de Frade. Foi criado um comitê para avaliar o vazamento,
coordenado pela ANP, que terá o Ministério de Minas e Energia como observador.
Enquanto isso os norte americanos ficam por aqui, à mercê
da Justiça Brasileira.
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