Fidel Receberá Benedito XVI











Dirigentes, líderes religiosos e personalidades consideram a viagem apostólica de três dias do Sumo Pontífice que teve início ontem, uma oportunidade de dar a conhecer a realidade cubana, muitas vezes manipulada no exterior.

Para o ministro de Relações Exteriores, Bruno Rodríguez Parrilla, o chefe do Estado da Cidade do Vaticano encontrará aqui um povo nobre, trabalhador, patriótico e instruído.


Também declarou que o Papa chegou a um país com tradições de luta por sua soberania e independência, bem como o projeto social caracterizado por sua democracia genuína e seu constante aperfeiçoamento.


Cuba impulsiona um processo de atualização econômica que sob alinhamentos do 6º Congresso do Partido Comunista - celebrado em abril de 2010 - busca maior eficiência e produtividade como pilares do desenvolvimento.

Uma das expressões dessa política é a crescente participação na sociedade dos trabalhadores privados - chamados de "cuentapropistas"- que superam a cifra de 370 mil, e neste ano podem atingir o meio milhão.

De acordo com o coordenador geral do Grupo de Reflexão e Solidariedade Oscar Arnulfo Romero, Gabriel Coderch, Benedicto XVI conhecrá, até amanhã, um país com relações Igreja-Estado fortalecidas e comprometido com a unidade nacional acima da diversidade religiosa, racial ou sexual.

"Também poderá constatar que, apesar das dificuldades, não há em Cuba crianças nas ruas, nem mendigos; enquanto mantém-se a educação gratuita, a saúde pública, o acesso à cultura e um desenvolvimento social harmônico, o que fala muito de seu humanismo", disse o ativista católico à Prensa Latina.

Por sua vez, o reconhecido escritor e etnólogo Miguel Barnet, afirmou que a visita do Sumo Pontífice oferece a oportunidade de acercar à realidade da ilha, sua inclusão social e sua diversidade religiosa.

Esse respeito ao mosaico religioso presente à sociedade constitui a mensagem mais nobre que pode se levar, para além de qualquer valoração política ou de outra índole, estimou.

Segundo o presidente da União de Escritores e Artistas de Cuba, o verdadeiro socialismo é livre da discriminação, o papa poderá ver templos aos que atendem pessoas das mais diversas confissões, incluindo as de origem africana.

Barnet ressaltou que essa visão ficou plasmada entre as linhas de trabalho da Primeira Conferência Nacional do Partido Comunista, realizada em princípios de ano.

A agenda do papa na ilha -Santiago de Cuba e Havana- inclui missas ao ar livre, visitas a templos e encontros com autoridades governamentais e religiosas. Para a cobertura se credenciaram quase 800 jornalistas de 295 meios, procedentes de 33 países.

Além da relevância do visitante, sua presença abrirá uma janela para ajudar a compreender a uma nação sobre a qual se difunde uma visão tergiversada, comentou à Prensa Latina Joannet Delgado, diretora geral da organização budista-laica Soka Gakkai de Cuba.

De acordo com Delgado, no mundo há milhões de seguidores da religião católica que com a visita de Bento XVI pudessem interessar na realidade da ilha e na conhecer melhor.

Trata-se de uma oportunidade de apreciar a diversidade religiosa existente e sua harmonia, porque a diferença do que lamentavelmente ocorre em outros lugares, aqui convivemos em paz, apontou a executiva da Soka Gakkai (sociedade para a criação de valores), que agrupa em solo cubano a meio milhão de seguidores do budismo.






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