É Preciso Acabar Com a Mutilação Genital Feminina
As Nações Unidas convocam seus estados membros a ilegalizarem mutilação nas mulheres e jovens em países que ainda adotam a prática. A cantora Angélique Kidjo, reconhecida internacionalmente, elevou a voz em favor da causa.
O ato integra uma campanha mundial contra a mutilação genital feminina. É um
apelo da ONU, que conta com a estrela da música africana, Angélique Kidjo, como
embaixadora contra o fenômeno, uma violação dos direitos humanos.
Babatunde Osotimehin, diretor executivo do Fundo da População das Nações
Unidas, indicou, após um debate sobre o tema, que uma forma de combater a
mutilação genital feminina é realçar os valores positivos dentro das
comunidades. Valores que sublinhem o que é melhor para as mulheres e jovens
dessa mesma comunidade.
Vale lembrar que nos últimos três anos, umas oito mil comunidades espalhadas
pelo mundo, localizadas inclusive em 15 países africanos, abandonaram a prática
da mutilação genital feminina. E no ano passado, duas mil comunidades
declararam que nunca mais vão permitir que uma violação dos direitos humanos
como a mutilação genital volte a ocorrer.
Segundo estimativas da ONU, 140 milhões de meninas e mulheres foram submetidas
a alguma forma mutilação genital e pelo menos três milhões de meninas correm o
risco de vir a ser vítima desta prática todos os anos.
A mutilação genital tem consequências imediatas e a longo prazo prejudiciais
para a saúde das mulheres, incluindo hemorragias graves, problemas urinários,
infecções, infertilidade e complicações de parto.
Angélique Kidjo, compositora e cantora do Benin, vencedora de Grammy’s e
Embaixadora do Fundo das Nações Unidas para a Infância, dá a cara contra a
mutilação. Em Nova Iork, a africana fez um concerto especial dedicado às
vítimas, e, durante reportagem da Rádio ONU, tomou os microfones improvisando
uma canção em português, Sina, do brasileiro Djavan.
De acordo com Kidjo, o concerto foi uma tentativa de chamar a atenção aos que
vivem nos países onde a mutilação é comum. A artista africana lembra que
mutilação genital não é apenas um problema em África, mas também no Oriente
Médio e na Ásia.
O concerto pode ser ouvido na íntegra no sítio www.un.org/webcast.
Leia também: A Prática Macabra de Mutilar a Genitália Feminina.
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