De Costa a Costa - Sai João, Entra Humberto.






Eu olho e não te vejo...



Conheci Humberto Costa há 20 anos, dançando um bolerão cubano entre as mesas do meu “El Bodegón”, barzinho típico cubano no bairro das Graças, aqui no Recife.

O Banco do Ministério da Agricultura (BNCC) onde eu trabalhava, fora extinto pelo famigerado Fernando Collor em 1990, e eu partia para a luta ganhando a madrugada recifense como o dono do bar mais charmoso e ainda lembrado daqueles anos.

Naquele início da década de 90 as esquerdas pernambucanas ganhavam ainda mais força na cena política,  capitaneadas pelo recente retorno do exilo do revolucionário Miguel Arraes.

Acertei a mão com a escolha de um barzinho cubano nesta terra de cana de açúcar, de presença marcante da raça negra no sangue de todos nós, de ritmo fervente, de maracatus, cocos de roda e cirandas.

Humberto freqüentava meu barzinho acompanhado de outras jovens lideranças como a hoje Deputada Federal Luciana Santos e o também Deputado Federal João Paulo que, à época, com o rosto cortado pelos cacetetes dos PM’s que tentavam proteger para a elite a faixa de terra mais nobre do nosso litoral, renomeada naqueles dias de “Brasília Teimosa”, se apresentava a mim: "Eu sou João Paulo, o deputado estadual". E eu respondia: "Eu sei, João. Todos nós sabemos e nos orgulhamos de você".

Nas carreatas daquelas campanhas que levaram Luciana Santos a dois mandatos na Prefeitura de Olinda e João Paulo à  do Recife, encontrávamos Humberto Costa caminhando apressado pela Av. Agamenon Magalhães, com as mãos cheias de panfletos, distribuindo-os com um sorriso e algumas palavras de ordem.

Ao me encontrar dentro do carro cheio de adesivos e bandeiras vermelhas, gritava, entregando-me as propagandas: "Viva 'El Bodegón!', Viva Fidel!", e já se dirigia ao próximo carro.


Na vitória de João Paulo para a prefeitura do Recife, o que parecia quase impossível de acontecer, saímos todos de casa por volta das 18:00 h. quando não havia mais possibilidade de Roberto Magalhães retomar a dianteira, e nos dirigimos todos ao "Marco 13" também conhecido como Marco Zero. Levei uma das minhas bandeiras de Cuba, e agitando-a freneticamente vi João Paulo, Humberto Costa e Ariano Suassuna chegarem ao palanque improvisado, passando de mão em mão sobre nossas cabeças.

João da Costa certamente tem sua história, suas lutas, suas vitórias, mas não as conheço. Não faço política partidária, não costumo publicar sobre política local neste meu blog, mas a imagem que me vem sempre é a de antipatia, de intrasigência, de arrogância, de descumprimento de trato.

Ontem, logo após o início da reunião da executiva nacional do PT, o presidente do partido, Rui Falcão, informou aos presentes que a direção iria intervir no diretório do Recife. E assim, o candidato da legenda à Prefeitura do Recife será o senador Humberto Costa.

Ao ouvir a notícia, o prefeito João da Costa deixou a sala de reunião bastante aborrecido e falou rapidamente com a imprensa. Disse que não adiantaria nada ficar no local já que não havia mais discussão. Em seguida, declarou que iria reunir o seu grupo político para definir se recorre ou não da decisão da executiva. Na semana passada, o prefeito afirmou, durante entrevista coletiva, que acataria a decisão da direção. "Vou discutir com meu grupo político", declarou hoje.

Ao ser questionado se apoiaria a candidatura de Humberto, ele respondeu: "Nessas circusntâncias, não sei nem se Humberto vai querer meu apoio". O prefeito completou afirmando que o grupo de Humberto falou muito mal da gestão de João da Costa e dele próprio e, por isso, o apoio ainda seria definido.

João da Costa deixou o PT acompanhado do deputado federal Fernando Ferro; do presidente do PT no Recife, Oscar Barreto; e de Gilson Guimarães, Aloizio Camilo, José Oliveira e Eduardo Granja.





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