Olimpíadas do Rio 2016 - O Primeiro Susto
Na "viagem" alucinógena de Cao Hamburguer e Daniela
Thomas, uma zorra sem realismo nem simetria, tentava mostrar nossas Escolas de Samba, nossos Índios e nossos Caboclos de Lança.
Há alguns dias eu e Nadja
vínhamos nos divertindo tentando imaginar como seria a abertura dos Jogos
Olímpicos do Rio em 2016. A parte com a qual mais sorríamos era quando
tentávamos selecionar os cantores que se apresentariam. Imaginávamos Zeca
Pagodinho de chinelão e bermuda segurando um copo de cerveja; Ivete Sengalo com
seu “suvaco suicida”, aos pinotes, montada num trio elétrico com centenas de
abadás numa dança sensual exaustivamente ensaiada no carnaval daquele ano; ou o "rei" Roberto Carlos, com seu paletó azul e suas ombreiras que medem metro e meio de uma a outra. Daqui a quatro anos como estarão artistas do nosso primeiro time como Chico
Buarque, Milton Nascimento, Edu Lobo? Ah! Temos Gilberto Gil, lembrávamos
aliviados.
Imaginamos a festa começando
com as imensas caravelas Santa Maria, Pinta e Ninã deslizando sobre trilhos camuflados, enquanto nossos
índios do Xingu, quase nus, assustavam-se com aquele trambolho do qual desciam
seres fedorentos, ávidos por sexo, e capazes de doar espelhos em troca de uma
rapidinha atrás da moita mais próxima.
Em seguida, com as
magníficas caravelas ainda estacionadas, nossos índios ensaiariam uma dança
tradicional com aquele canto de poucas notas musicais mas de uma beleza sem
par.
Então as caravelas
retornariam levando ouro e espécimes vivos de índios, flora e fauna da nova terra, enquanto
os nativos agora eram obrigados ao trabalho escravo, e a fazer sexo como nunca
haviam imaginado ser possível.
Outras caravelas, sem o
brilho das primeiras, agora chegavam carregadas de negros africanos - príncipes e súditos - que, sob o
açoite de chicotes no tronco, dividiam com os indígenas os serviços mais
pesados, enquanto as suas mulheres púberes eram submetidas juntamente com as indígenas da mesma
idade aos abusos nas moitas.
Tudo isso seria apresentado
em coreografia exuberante, sem sexo explícito, mas com cenas fortes sobre o
trabalho escravo e os abusos próprios dos colonizadores.
Em seguida, a fuga dos
indígenas para o interior do país e a formação dos quilombos seriam mostradas
sob o som atroador de centenas de negrões baianos da Timbalada, com suas
pinturas nos braços, tronco e rosto, enquanto batiam as imensas alfaias sacudidas
acima das suas cabeças. Nos quilombos, a luta, a capoeira e os tambores do
candoblé, antecipando um desfile majestoso de imensos orixás artisticamente
estilizados.
Em imensas alegorias viriam as comidas que os índios e os negros agregaram às dos europeus e enriqueceram nossa cozinha.
Em imensas alegorias viriam as comidas que os índios e os negros agregaram às dos europeus e enriqueceram nossa cozinha.
Do Norte, os Bois de
Parintins, do Sul as tradições gaúchas, do Nordeste o Maracatu Rural com seus
Caboclos de Lança super coloridos, carregando às costas a canga com seus
imensos chocalhos enquanto empunhavam
suas lanças e mostravam um misto de dança e luta. Ainda teria espaço para o
frevo pernambucano e os imensos bonecos de Olinda.
O samba carioca e paulista
com passistas maravilhosos e Porta Bandeiras e Mestres Sala teria seu papel de
destaque, mas sem expor nossas mulheres à nudez que tanto vemos no carnaval,
para tentar melhorar a imagem delas no exterior.
O nosso Rei Pelé chegaria
com a Tocha Olímpica em uma réplica do 14 BIS que, após sobrevoar todo o
estádio do Maracanã, acenderia a grande tocha que permanecerá acesa durante
todos os jogos do Rio.
Ainda estávamos – como ainda
estamos – pensando como seria essa grande tocha. Depois da que vimos em
Londres, não pode ser qualquer coisa pensada às pressas.
Só nos restava aguardar os
oito minutos que o Brasil teria para convidar o mundo para o Rio em 2016, e aí
veio o primeiro susto, que esperamos seja o único dessa Olimpíada que já
começou.
Com criação de Cao Hamburguer e Daniela
Thomas, o que vimos foi um imbróglio da pior qualidade, salvando-se apenas a
entrada de Marisa Monte cantando (ou dublando) a Bachiana Brasileira número 5,
como se fora Iemanjá.
O gari Renato Sorriso, só conhecido no Brasil e especificamente no Sambódromo do Rio, chegou com um imenso vassourão, deixando o mundo sem entender o que ele pretendia varrer: se a corrupção do Brasil ou os porões do Palácio de Buckingham. Um nome excelente, sem dúvidas, para a abertura dos jogos no Rio, desde que corretamente inserido. De qualquer forma, nos deixou esperançosos de que ainda poderíamos ter um show.
Em seguida um grupo de percussão – só identificados como tal quando o desfile já havia terminado – com imensos tamborins desajeitadamente erguidos sobre suas cabeças, não repercutia nada. Um desfile de dezenas de pessoas com folhas de 2 metros e meio sobre as cabeças tentaram formar figuras que nada representavam, por mais que nos esforçássemos para decifrá-las, com a boa vontade de quem queria que já comessássemos dando um verdadeiro show.
Em seguida um grupo de percussão – só identificados como tal quando o desfile já havia terminado – com imensos tamborins desajeitadamente erguidos sobre suas cabeças, não repercutia nada. Um desfile de dezenas de pessoas com folhas de 2 metros e meio sobre as cabeças tentaram formar figuras que nada representavam, por mais que nos esforçássemos para decifrá-las, com a boa vontade de quem queria que já comessássemos dando um verdadeiro show.
Essas folhas, em seguida,
foram deixadas desordenadamente sobre a rampa, e só ficamos sabendo que queriam
formar os desenhos da calçada de Copacabana porque o locutor da TV Record
chamou a atenção dos telespectadores.
Pretensos Caboclos de Lança,
com a pele pintada de dourado como todos os seus adornos, mas sem as cangas dos
chocalhos nem suas performances características, subiram a rampa em desembestada
correria como se espantalhos fossem.
Os nossos majestosos
indígenas com seu vigor, sua dança enigmática e seu colorido exuberante,
apareceram desprovidos de todas essas belezas, com cocar e colar em neon (ou led), em monocromático verde limão, só sendo identificados como índios do Brasil
também após explicação do apresentador.
O Rei Pelé subiu apenas
metade da rampa, disfarçado sobre um chapéu horroroso e um paletó que parecia
ter sido pedido emprestado a algum brasileiro residente em Londres sem o devido
conhecimento das autoridades locais, para em seguida desfazer-se deles e
mostrar a camisa 10 da nossa seleção de futebol.
Algumas idéias fracas,
apresentadas de forma bizarra e burra.
Uma vergonha, sob todos os
aspectos.
Se Cao Hamburguer e Daniela
Thomas só tínham oito minutos para a apresentação, não deveriam tê-los
utilizados para fazer propaganda do que poderiam mostrar na abertura de 2016, e
garantirem aquele contrato. Quiseram mostrar muito em pouco tempo, e o fizeram
de forma atabalhoada, sem cor, sem ritmo, sem brilho, sem nada.
Um vexame.
Que escolham um criativo
diretor, com raízes fincadas em território nacional, e não quem não sabe se
estaciona no Rio, São Paulo ou Nova Yorque; que este se cerque de outros
grandes artistas regionais de comprovada criatividade e conhecimento profundo
da cultura do nosso povo. O resto ficará por conta dos que fazem as alegorias
do carnaval carioca, e muuuuiiiito ensaio... muuuuiiiiiito ensaio.
Ficamos
assustados.
Cara, você não passa de um ignorante e preconceituoso.
ResponderExcluirNem imagina do que se trata essa cerimônia e nunca vai entender pelo que parece.
O que você faz ou fez para falar com tal desrespeito dos criadores desse show? Falando várias "inverdades" e muita coisa que simplesmente VOCÊ não entendeu ou VOCÊ interpretou, mas que foi elogiado por os jornais brasileiros e ingleses no dia seguinte. Além de uma grande comoção com o show nas redes sociais.
Você é daqueles brasileiros que não gostam do Brasil.
E você por acaso tem noção de quem são Cao Hambruger e Daniela Thomas, pra falar que eles não tem raíz brasileira?
Ah vai dormir vai... escrever em um blog no computador em casa é muito fácil mesmo... Dá até preguiça de discutir...
Realmente, acho que sua idéia genial descrita acima seria muito mais digna para apresentar a nação para mais de 3 bilhões de pessoas. Parabéns GÊNIO!!
Brigadão por haver gostado tanto das minhas idéias e brigadão pelo "GÊNIO" também. Não precisava de tanto.
ResponderExcluirMas, voltando ao assunto da abertura das nossas primeiras Olimpíadas, não precisamos de Daniela que aprendeu tudo sobre manipulação da mídia com seu Gerald Thomas e, daí certamente vieram as críticas favoráveis, que só você(s) deve(m) ter encontrado, após muita garimpagem na mídia conivente.
Precisamos de diretores que tenham autenticidade, que não se envergonhem de descaracterizar Caboclos de Lança, Índios do Xingu nem Passistas.
Não devo favores a nenhum dos dois. A Daniela em já conhecia pelo maravilhoso "Primeiro Dia" de Walter Salles, quanto a esse Hamburger (que você chama de Hambruger), confesso que nunca havia ouvido falar, mas de agora em diante não preciso mais.
Ou você é um dos dois, escondido no anonimato, ou você deve muitos favores a eles.
Rodolfo Vasconcellos