Filme Contra o Islã Acua os Estados Unidos
Os protestos contra o filme norte-americano que satiriza
e denigre a religião islâmica e o profeta Maomé se alastraram hoje, sexta (14),
por vários países do mundo muçulmano. Milhares de manifestantes ocuparam ruas e
embaixadas estrangeiras do Iraque, Paquistão, Jordânia, Indonésia, Catar,
Sudão, Turquia, Afeganistão, Tunísia, Líbia, Líbano, Egito, Iêmen e Palestina.
Jornais internacionais relataram que diversos imãs
criticaram o filme durante as orações desta sexta, dia considerado sagrado pelo
islamismo. Em diversos países, os protestos foram marcados por confrontos entre
os manifestantes e a polícia. Até ontem, quinta (13), apenas embaixadas
norte-americanas tinham sido palco de protestos. Hoje, as representações
diplomáticas da Alemanha e do Reino Unido no Sudão, por exemplo, também
tornaram-se alvo de manifestações.
Pelo menos uma pessoa morreu hoje, em Trípoli, na Líbia. No Líbano, um
restaurante da cadeia americana KFC foi incendiado. No Sudão, manifestantes
conseguiram iniciar um incêndio na embaixada dos Estados Unidos, retirar a
bandeira norte-americana e hastear no lugar a muçulmana. No mesmo país,
manifestantes entraram na embaixada britânica, minutos após entrar na
representação da Alemanha.
Na capital do Iêmen, onde quatro pessoas foram mortas e dezenas ficaram feridas
por conta da repressão policial, os
protestos continuam em frente à Embaixada dos Estados Unidos. Em Teerã, capital
iraniana, milhares de pessoas voltaram a ocupar as ruas.
No Cairo, Egito, cinco pessoas ficaram feridas em um protesto em frente à
embaixada dos Estados Unidos. A polícia disparou gás lacrimogêneo contra cerca
de 500 pessoas. As ruas no entorno da representação diplomática foram
bloqueadas com arame farpado, barricadas de concreto e veículos policiais.
A Irmandade Muçulmana, grupo ao qual pertence o presidente do Egito, Mohammed
Morsi, disse que pretende organizar protestos em mesquitas, mas longe da
Embaixada norte-americana. Em viagem à Itália, Morsi disse que seu governo
procurará garantir a segurança de todas as embaixadas estrangeiras no Egito.
Ele também disse que o filme é "inaceitável".
Em Jacarta, capital da Indonésia, cerca de 200 pessoas protestam pacificamente
em frente à Embaixada dos EUA, cercada por dezenas de seguranças. Os
manifestantes carregam bandeiras pretas e cartazes escritos “EUA devem se
responsabilizar pela islamofobia ao redor do mundo”.
As autoridades palestinas da Faixa de Gaza convocaram os moradores da Cidade de
Gaza a um protesto pacífico hoje contra a produção cinematográfica. Segundo a
Agência Efe, organizações internacionais fecharam seus escritórios por
precaução.
A onda de protestos se agravou no começo desta semana após o ataque ao
Consulado dos Estados Unidos, em Benghazi, na Líbia que provocou as mortes do
embaixador norte-americano Chris Stevens e de mais três funcionários da
representação diplomática. O prédio do consulado foi destruído e incendiado por
manifestantes.
Islamofobia
As manifestações ao redor do mundo árabe e islâmico tiveram início nesta semana
depois que o trailer do filme "A Inocência dos Muçulmanos" ganhou
legendas em árabe em conta no YouTube. Desde então, milhares de pessoas
assistiram à versão, aprovada pelo diretor, e uma emissora egípcia chegou a
reproduzi-la.
O filme mostra muçulmanos atacando uma cidade e todos aqueles que possuem
religião diferente, incluindo uma bela garota com uma cruz no peito que é
morta. Em outras cenas, o profeta Maomé é chamado de “bastardo”, briga por um
pedaço de carne com uma de suas esposas, aparece sem cuecas e faz sexo oral em
uma mulher.
Sam Bacile, o diretor da produção milionária, prefere se identificar como um
israelense judeu. Segundo ele, o filme vai ajudar o Estado de Israel a dominar
o território da Palestina por mostrar as "falhas" do Islã ao mundo.
“É um filme político”, disse ele ao descrever a sátira islamofóbica, que foi
financiada por mais de 100 doadores judeus e custou 5 milhões de dólares.
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