Eleições 2014 - Continuamos Avançando, ou Retrocedemos?
Dilma recebida na Bahia
A campanha eleitoral tem, entre outras vantagens, a de promover um
debate mais amplo sobre o Brasil que temos e o Brasil que queremos. Portanto,
não é a escolha do candidato A ou B, mas a escolha de um plano para o país.
Desde
a eleição de Luiz Inácio Lula da Silva, em 2002, o país vive um amplo processo
de mudanças tendo a inclusão social como norte das ações de governo. A
reeleição de Lula e a eleição de Dilma, em 2010, representaram a continuidade e
ampliação desse projeto.
A
grande marca dos governos Lula e Dilma foi manter o controle da inflação com
desenvolvimento econômico e social, políticas públicas progressivas, geração de
empregos, aumento da renda e proteção dos direitos trabalhistas. Aqueles que
hoje criticam, quando estavam no governo mantiveram o controle da inflação às
custas de muita quebradeira da economia nacional, desemprego e arrocho dos
salários.
Os
pessimistas de plantão travestidos de economistas diziam há dez anos que o
aumento do salário mínimo representaria um aumento do desemprego e da
informalidade. A realidade e a decisão política dos governos de Lula e Dilma
mostraram o contrário.
Desde
2002, foram 20 milhões de empregos com carteira assinada gerados, acompanhados
de uma política de valorização do salário mínimo que teve aumento real de 75%.
Para se ter uma ideia, o governo Lula, em oito anos, gerou 15,3 milhões de
empregos, ante os 5 milhões dos oitos anos do governo FHC.
A luta
sindical também se transformou. Nos oito anos de governo FHC, os trabalhadores
enfrentaram um brutal retrocesso das relações de trabalho com o desmonte da
legislação trabalhista. Com os salários corroídos pela inflação – que ele
diz ter controlado –, os trabalhadores lutavam para assegurar direitos e frear
o desemprego, que atingiu o número recorde de 11,5 milhões de trabalhadores.
Nos
governos Lula e Dilma, a luta passou a ser para ampliar os direitos dos
trabalhadores. As negociações coletivas garantiram aumento real em 95% dos
casos, e a PLR (Participação nos Lucros e Resultados) passou a compor a pauta
de boa parte das categorias profissionais, tornando-se uma espécie de 14°
salário.
Houve
avanço também na regulamentação de diversas categorias, com destaque para as
trabalhadoras domésticas, uma das mais antigas profissões que ainda não gozavam
de direitos básicos, como jornada de trabalho, piso salarial e férias. Não foi
à toa que a regulamentação foi considerada como o fim efetivo da escravidão no
Brasil.
Mas
não só a renda aumentou, como foi melhor distribuída. Mais de 36 milhões de
brasileiros saíram da extrema pobreza e 42 milhões passaram a compor a chamada
classe C, promovida principalmente por programas de transferência de renda,
como o Bolsa Família, tão criticado pelas viúvas de FHC, que não conseguiram diminuir
a diferença entre ricos e pobres, ao contrário, durante o governo tucano esta
só fez aumentar.
Os
governos Lula e Dilma deram dignidade à vida de seis milhões de brasileiros com
o Minha Casa, Minha Vida, o maior programa habitacional da história do Brasil,
sendo 60,7% destinadas às famílias com renda mensal até R$ 1.600,00, o que foi
acompanhado da ampliação do acesso ao crédito imobiliário.
Na
saúde, apesar dos problemas ainda existentes, o governo deu passos importantes
com o programa Mais Médicos, levado a mais de cinco mil municípios que tinham
escassez desses profissionais, beneficiando 50 milhões de brasileiros.
Um
jovem que tem 20 anos hoje, tinha apenas oito anos na eleição de Lula em 2002.
Esse jovem experimenta uma transformação na educação e no mercado de trabalho.
Em 12
anos de governos de Lula e Dilma foram criadas 282 escolas técnicas federais,
três vezes mais do que foi construído em quase um século de história do Brasil.
A qualificação profissional, um dos maiores gargalos do país, ganhou o
Pronatec, que tem 6,8 milhões de matrículas, em sua maioria jovens e mulheres.
O
ensino superior também deixou de ser um sonho para os jovens de baixa renda,
com o acesso democratizado com o Prouni, a ampliação do financiamento
estudantil e o aumento de vagas nas universidades públicas. O número de
matrículas dobrou nas universidades, passando de 3,7 milhões para mais de 7
milhões.
A
campanha do candidato neoliberal e conservador Aécio Neves, até agora, reafirma
que manterá os programas sociais, justamente porque não tem proposta. Quando o
seu partido, o PSDB, estava no governo demonstrou que no que se refere à
inclusão social a meta é cortar verbas. É o que eles chamam de “ajustes”.
Diferentemente
de Lula e Dilma, em que o Estado é o agente promotor das mudanças sociais e
econômicas, a proposta de “ajustes” e “redução das despesas públicas” de Aécio
segue a cartilha neoliberal (estabelecida pelo sistema financeiro) que tem
levado milhões ao desemprego na Europa.
É por
tudo isso que o processo eleitoral que vivemos tem o desafio de decidir se o
Brasil vai continuar na trajetória de desenvolvimento com inclusão e conquistas
sociais. Ou se o país fará uma meia volta em direção ao que a oposição chama de
“fortes ajustes”, que significam retrocesso às políticas neoliberais
antipopulares e antinacionais.
Comentários
Postar um comentário
comentário no blogspot