“Éticos” da direita paulista pagaram cartazes anônimos para ter vaia a Dilma na abertura da Copa
Depois de quase três meses
em sigilo, ficamos sabendo, pelo Estadão, que 20 mil cartazes foram
distribuídos à entrada do Itaquerão, na abertura da Copa, atacando e pedindo
manifestações contra Dilma Rousseff.
O apelo era explícito: “Na
hora do Hino Nacional abra este cartaz e mostre para todos que está na hora do
Brasil vencer de verdade”.
Foram pagos pela empresa
Multilaser, pertencente a Alexandre Ostrowiecki e Renato Feder.
Dois yuppies que, imaginem
só, mantêm um site em que avaliam a eficiência e a ética dos políticos.
É claro que quase só
entram ali os parlamentares de direita ou os que se dizem de esquerda mas, na
prática, acompanham as políticas da direita.
Então foi assim que se
preparou a “manifestação espontânea” de grosseria no jogo inaugural da Copa?
É assim que dois
empresários que, inclusive, gozam
de incentivos fiscais, gastam o dinheiro que a União deixa
de recolher em impostos?
Porque quem pagou não
foram eles, do bolso próprio, mas a empresa.
Com direito a abater nos
impostos que ambos maldizem.
A empresa, aliás, não deve
ter do que reclamar dos impostos, pois diz o Estadão que “segundo balanço de
demonstrações financeiras da Multilaser publicado no Diário Oficial de 27 de
março, o item “reserva de lucros” aumentou de R$ 51 milhões em 2012 para R$ 128
milhões em 2013″.
Um crescimento nada mau de
151% nos ganhos dos pobres coitados que dizem estão carregando o Estado
brasileiro nas costas.
Mais cara de pau, só a da
nossa imprensa, que tinha um esquadrão de repórteres pronto para
encontrar qualquer montinho de terra que ajudasse a dizer que a festa era um
desastre, mas não foi capaz de ver a distribuição de milhares de cartazes que,
é só olhar, não tinham nada de espontâneos.
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