TODAS AS INFORMAÇÕES SOBRE O AVIÃO DE EDUARDO
Via Jornal i9
O povo brasileiro é largamente conhecido no mundo pela sua
intensa fé e por fazer parte de sua cultura, a idolatria por figuras
consideradas santas, idolatria esta que talvez seja fruto de uma intensa
colonização católica. Canonizamos pessoas como padres ou pessoas que,
acreditamos, realizarem milagres.
Também há um silencioso costume de falar-se muito bem daqueles
que já se foram. A sensação é de que só os bons morrem, tornam-se santos pelo
simples fato de terem morrido tragicamente ou precocemente. Mas é a primeira
vez que vemos um Brasil inteiro quase canonizar um político. Logo um político?
Profissão está tão criticada pelos brasileiros de todas formas possíveis desde
o Oiapoque até o Chuí.
Mas o brasileiro, de uma forma geral, é assim, cheio de
sentimentos e emoções, e procura desesperadamente por um “herói”, muitas vezes,
oportunamente fabricado pela grande mídia, do dia para a noite, principalmente
quando tem a vida ceifada de uma forma tão chocante e tão trágica, como foi o
acidente aéreo do candidato à Presidência da República, Eduardo Campos. Eduardo
tornou-se uma lenda, e quem ganhou com isso? Exato. Marina Silva.
É claro que, como seres humanos, lamentamos profundamente a
perda de alguém tão querido pelo seus familiares, amigos e colegas de trabalho.
Exageros à parte. Tratava-se de um homem, admirável, com uma bela carreira
repleta de realizações, mas comum. Não de um “herói da pátria”. Sem mais nem
menos. Uma morte trágica e cercada de “mistérios”, falando a bem verdade.
Destino ou não, o acontecido, virou assunto e trouxe à tona questionamentos
sobre o jatinho que transportava tanto Campos quanto a atual candidata à
presidência, Marina Silva (PSB).
Denúncia feita pela imprensa nacional, conta que empresas sem
lastro financeiro ou com endereços fantasmas custearam o pagamento de uma
dívida de R$1,7 milhão para a compra do Cessna Citation usado pelos candidatos.
São seis empresas e pessoas que fizeram transferências bancárias
para a AF Andrade em troca do uso do jato, antes da compra ser efetivada e
aprovada.
A Polícia Federal já tem em mãos os depósitos feitos e sabe que
algumas das fontes pagadoras da compra são firmas supostamente fantasmas. Uma
delas é a Geovane Pescados, no Recife. Outra é a Câmara e Vasconcelos, que
depositou R$159 mil.
As suspeitas são que João Carlos Lyra, Apolo Santana Vieira e os
demais envolvidos foram usados para ocultar a compra da aeronave no valor de
US$8,5 milhões, com dinheiro de caixa 2 da campanha.
João Carlos Lyra é enteado do ex-senador e ex-deputado federal
por Pernambuco Luiz Piauhylino Monteiro (PSB), aliado de Eduardo.
Apolo Santana Vieira
pode desvendar o quebra-cabeça
Eduardo Campos integrou o governo de Miguel Arraes – avô e
fundador do PSB como secretário de Governo e secretário da Fazenda, entre 1995
e 1998.
Foi nos anos de 96 à 99 que o grupo liderado por Apolo Santana
Vieira dono do Legacy que matou Eduardo Campos deu um rombo aos cofres públicos
de Pernambuco em mais de R$100 milhões.
Entenda o caso
O Ministério Público Federal em Pernambuco (MPF/PE) denunciou à
Justiça Federal 15 pessoas envolvidas com fraudes em importação de pneus novos
de países asiáticos. O grupo montou uma estrutura para forjar documentos que
eram apresentados à Secretaria da Receita Federal e Estadual, comandada por
Eduardo Campos na época. Com isso, o grupo conseguiu reduzir a incidência dos
tributos devidos pela empresa de pneus.
Após cálculo das receitas omitidas, verificou-se que o grupo
deixou de recolher aos cofres públicos tributos que correspondem ao total de
R$101.370.753,17, o que poderá ensejar condenação penal de 55 anos de reclusão
para cada um dos denunciados.
Usou empresas de fachada,
assim como, no “caso Legacy”
A organização criminosa tinha seu núcleo no Recife e
ramificações em outras cidades brasileiras, dentre as quais Brasília (DF),
Salvador (BA) e Fortaleza (CE). O esquema fraudulento também ocorria em Miami,
no Estados Unidos. Uma das empresas envolvidas na fraude era a Alpha Trading
Comércio, Importação e Exportação Ltda., também conhecida como Alpha Pneus, com
sede no Recife.
Mas, de acordo com a denúncia do MPF/PE, os acusados
estabeleceram oito sociedades brasileiras e três estrangeiras no intervalo de aproximadamente
12 anos. O objetivo de se criar diferentes sociedades, uma após a outra, era
dificultar o trabalho do fisco, da polícia judiciária, do Ministério Público
Federal e do Poder Judiciário, bem como a identificação de responsabilidades.
Conforme as apurações do MPF/PE, o grupo lesava o fisco federal
e o estadual, a Administração Pública e a ordem econômica, uma vez que o
esquema gerava concorrência desleal entre os agentes participantes de mercado.
As fraudes nas importações permitiam a revenda dos pneus no mercado interno a
preços com os quais as empresas em funcionamento lícito não poderiam competir,
em razão da menor carga tributária incidente sobre as mercadorias do grupo
criminoso.
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