LULA: "VEJA É FÁBRICA DE MENTIRAS E DE ÓDIO"
A grandeza de Lula e a pequenez da Veja
Em entrevista ao 247, o ex-presidente Lula reagiu, com indignação,
à manobra eleitoral de Veja, que publicou acusações, sem prova, como a própria
revista admite, contra ele e a presidente Dilma Rousseff, às vésperas do
segundo turno; "A Veja é a maior fábrica de mentiras do mundo. Assim como
a Disney produz diversão para as crianças, a Veja produz mentiras. Os
brinquedos da Disney querem produzir sonhos. As mentiras da Veja querem
produzir ódio", disse ele ao jornalista Paulo Moreira Leite, diretor do
247, em Brasília; Dilma foi ao horário eleitoral e anunciou medidas judiciais
contra a publicação da Marginal Pinheiros; "Veja vai fracassar no seu
intento criminoso", disse ela; eis um trecho da reportagem de Veja que
fala por si: "O doleiro não apresentou – e nem lhe foram pedidas –
provas do que disse"; crime eleitoral escancarado, que atenta contra a
democracia brasileira
Poucas
horas depois de tomar conhecimento da reportagem de capa da VEJA, Luiz Inácio
Lula da Silva reagiu de forma indignada em entrevista ao 247:
— A Veja é a maior fábrica de
mentiras do mundo. Assim como a Disney produz diversão para as crianças, a VEJA
produz mentiras. Os brinquedos da Disney querem produzir sonhos. As mentiras da
VEJA querem produzir ódio, disse ele, referindo-se a um elemento da química
eleitoral que adquiriu uma presença importante na campanha de 2014.
Poucos políticos
brasileiros foram alvo de tamanha quantidade de reportagens negativas por parte
da VEJA como Luiz Inácio Lula Silva. Reportagens erradas, bem entendido, que
não debatiam suas ideias políticas, nem o PT, mas questionavam seu caráter e
sua formação. Os dois episódios mais conhecidos ocorreram no ano de 2006,
quando Lula disputava a reeleição — momento especialmente propício para
desastres midiáticos, como se sabe.
Em maio a revista publicou a
denúncia de que Lula e vários ministros possuíam contas secretas no exterior.
Como aconteceu com a capa “Eles sabiam de tudo”, a revista não possuía
informações confiáveis para sustentar o que dizia, admitia isso perante os
leitores — mas não se furtou lançar acusações gravíssimas que, se fossem
comprovadas, levariam a um impeachment do presidente. Mas era uma farsa
grotesca, com dados que não combinavam, misturados num enredo mirabolante. O
autor da apuração chegou a deixar claro a seus superiores que a história não
batia, possuía várias contradições — mas ela foi publicada mesmo assim.
Em outubro daquele ano, às
vésperas do pleito onde Lula disputou a reeleição, VEJA publicou “O Ronaldo de
Lula,” onde sugeria que Fábio Luís, filho do presidente, havia feito fortuna
atuando como lobista do governo do pai. Havia dados e números sobre os negócios
de Fábio Luís mas nenhum episódio que provasse o que se insinuava.
No início do ano passado, Lula
e Roberto Civita, o dono da editora Abril, foram vizinhos no hospital Sírio
Libanês, em São Paulo.
Lula seguia no tratamento contra o câncer na laringe, do qual
se recuperou, enquanto Civita cuidava do aneurisma no abdômen, causa de sua
morte. Informado da gravidade da doença do empresário, Lula decidiu lhe fazer
uma visita de cortesia. Civita reagiu com surpresa à chegada do ex-presidente.
Em determinado momento, Civita lembrou-se da matéria sobre Fábio Luíz e disse a
Lula que lamentava terem feito aquela acusação sem provas. Lula tranquilizou
Civita. Disse que não fora ali para discutir, mas para lhe desejar boa sorte.
Poucos minutos depois, retirou-se.
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