A estupidez de Sheherazade não conhece limites
Charlie
Hebdo e a asneira de Sheherazade
O
oportunismo dos barões da mídia é descarado. Diante do atentado à sede da
revista francesa Charlie Hebdo, que resultou em 12 mortos, seus serviçais têm
aproveitado para fazer uma campanha em defesa da “liberdade de expressão”.
Eles evitam
analisar o contexto que gerou este ato criminoso – com o crescimento do ódio e
do preconceito na França, decorrente da grave crise econômica do país. Neste
esforço, porém, alguns se superam nas asneiras.
A
jornalista Rachel Sheherazade – que até hoje não “levou pra casa” os
traficantes da classe média que acorrentaram um jovem negro a um poste nas ruas
do Rio de Janeiro – é a expressão até agora mais patética e tacanha deste
oportunismo.
Em
comentário na rádio Jovem Pan – hoje um antro do jornalismo reacionário –, a
apresentadora do SBT Notícias comparou o jornal satírico Charlie Hebdo à
ranzinza “Veja”. E aproveitou para fazer seu proselitismo político de direita.
“Há poucos
veículos resistentes e independentes no Brasil. É o caso da revista Veja…
No Brasil,
o maior temor da imprensa livre não são os radicais islâmicos, mas os radicais
da esquerda”, esbravejou.
Na
sequência, ela ainda atacou a presidenta Dilma. “A mesma mandatária que
defendeu a liberdade de expressão na França apoia um projeto de regulação da
mídia no Brasil, que pode restringir a liberdade de expressão e até evoluir
para uma futura censura dos meios de comunicação”.
O
oportunismo da jornalista beira o absurdo. Rachel Sheherazade desconhece ou
finge não conhecer a história da publicação francesa, famosa por suas origens
de esquerda e por sua ácida irreverência contra tudo e contra todos – expressa
no seu slogan “Um jornal irresponsável”.
Bem
diferente da “Veja”, que é uma expressão das elites e das forças mais
conservadoras e preconceituosas do Brasil. O panfleto da famiglia Civita nunca
teve nada de “independente”. Comparar as duas publicações, aproveitando-se do
trágico episódio em Paris, é pura má fé ou cavalar ignorância.
Já ao
tratar da liberdade de expressão, a sumidade do SBT também deixa de informar seus
ingênuos admiradores que a França possui forte regulação do setor de
comunicação.
Ela foi
construída após a II Guerra Mundial como um antídoto à aliança realizada por
setores da mídia com o nazifascismo.
Na França,
a “Veja” não ficaria impune ao publicar uma reportagem “criminosa” – como
afirmou Dilma Rousseff – na véspera do segundo turno das eleições
presidenciais.
O direito
de resposta estaria garantido em lei e ela sofreria pesadas multas. Já no
Brasil de Rachel Sheherazade, a rádio Jovem Pan – uma concessão pública – dá
espaço para suas bravatas e ainda recebe verba publicitária do governo federal.
Comentários
Postar um comentário
comentário no blogspot