Fernando Brito: Moro recua até conseguir algum apoio para ir até o Lula
Na opinião do Bastidores, que apoio ainda falta a Moro?
Há
uma mudança de comportamento nas partes em disputa na Operação Lava-Jato.
Depois
da Odebrecht, a Andrade Gutierrez e a OAS dão sinais de que também vão reagir à
ofensiva do juiz Sérgio Moro.
Segundo Sonia Racy, do Estadão, a
primeira vai publicar um comunicado nos jornais onde, segundo ela,
a empresa “considera inadmissíveis as prisões com base em presunções genéricas
e depoimentos inverídicos.”
E
“peita” a República de Curitiba, desqualificando as alegações da acusação, a
que chama de “frágeis”.
E a OAS, por seus advogados,
endureceu jogo, chamando Moro de “justiceiro” e parcial; os
advogados também acusaram os procuradores de usar “provas ilícitas” e a criação
de um cenário de “condenação antecipada” para os cinco executivos da
empresa que são réus, segundo a Folha.
Moro,
por sua vez, sabe que suas ordens de prisão se sustentam menos por seus fundamentos
jurídicos e mais pelo receio dos juízes dos tribunais superiores de serem
expostos à exibição como “defensores de empreiteiros” e “coniventes com a
corrupção”.
Mas
isso tem – e Moro sabe disso – um limite. Que já foi, ao que parece, levado ao
extremo.
É
possível que Moro contasse com um efeito político maior da prisão de Marcelo
Odebrecht e talvez tenha se surpreendido com a disposição do empresário e da
empresa em “bancar” o enfrentamento.
Infelizmente,
o que deveria ser um processo judicial tornou-se, de forma evidente e
escandalosa, um processo político.
Se
Moro vai recuar e adotar novos métodos – que não seja o encarceramento até
forçar a delação premiada – ou se vai, ao contrário, radicalizar ainda mais
suas atitudes, é uma incógnita.
Minha
opinião? Vai dar um passo atrás, até encontrar algum apoio para ir até onde
quer ir.
Até
Lula.
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