PONTO PARA MORO: “LENIÊNCIA É A MELHOR SOLUÇÃO PARA EMPRESAS”
O juiz federal Sérgio
Moro, que comanda as ações da operação Lava Jato, defendeu pela segunda vez a
realização de acordo de leniência para empreiteiras envolvidas em corrupção na
Petrobras. Depois da Camargo Corrêa, Moro orientou a construtora OAS a
buscar acordos com a Controladoria Geral da União (CGU), Ministério
Público Federal (MPF) e o Conselho Administrativo de Defesa Econômica
(Cade).
Recomendação
consta no despacho de 136 páginas em que Sérgio Moro condenou José Adelmário
Pinheiro, o Léo Pinheiro, ex-presidente da OAS, e Agenor Medeiros,
ex-diretor-presidente da área internacional, a 16 anos e 4 meses de reclusão.
Os executivos Mateus Coutinho de Sá Oliveira, ex-diretor financeiro, e José
Ricardo Nogueira Breghirolli pegaram onze anos de reclusão e Fernando Stremel
foi condenado a quatro anos em regime aberto. Além dos executivos da OAS,
também foram condenados o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo
Roberto Costa e o doleiro Alberto Youssef.
Os
empresários da OAS foram condenados pelo suposto envolvimento com cartel na
Petrobrás e pagamento de R$ 29 milhões em propinas em três contratos fechados
com a estatal, para obras nas refinarias Abreu e Lima (Rnest), em Pernambuco, e
Getúlio Vargas (Repar), no Paraná.
Ao contrário dos procuradores do Ministério Público Federal na
Lava Jato, para quem os acordos de leniência transmitem o recado de que
"nada mudou" (leia mais),
Sérgio Moro destacou a importâncias das medidas, principalmente para a economia
do País. “Considerando as provas do envolvimento da empresa na prática de
crimes, incluindo contratos fraudulentos com Alberto Youssef (doleiro-delator
da Lava Jato) e sobre os quais até o momento nenhuma explicação foi oferecida,
recomendo à empresa que busque acertar sua situação junto aos órgãos
competentes. Este Juízo nunca se manifestou contra acordos de leniência e
talvez sejam eles a melhor solução para as empresas considerando questões
relativas a emprego, economia e renda”, afirmou Sérgio Moro.
Ao
recomendar leniência para a OAS, Moro defendeu que é relevante discutir as
condições do acordo e que eles devem incluir necessariamente o afastamento dos
executivos envolvidos em atividade criminal, a revelação irrestrita de todos os
crimes, de todos os envolvidos e a disponibilização das provas existentes, a
adoção de sistemas internos mais rigorosos de compliance e a indenização
completa dos prejuízos causados ao Poder Público.
"A
OAS, por sua dimensão, tem uma responsabilidade política e social relevante e
não pode fugir a elas, sendo necessário, como primeiro passo para superar o
esquema criminoso e recuperar a sua reputação, assumir a responsabilidade por
suas faltas pretéritas. A iniciativa depende muito mais dela do que do Poder
Público."
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