A PIROCA DE LULA, A ELEIÇÃO NORTE AMERICANA, O BUNDA-MOLE FHC E A ESPERANÇA JEAN WYLLYS
Parafraseando Paulo
Nogueira em texto no DCM
Quando o debate político
começa a girar em torno de caixas de cerveja, e canoa (piroca) de 4 mil reais,
é porque chegamos à mais pavorosa miséria intelectual.
É o triunfo da migalha
sobre a relevância.
E então você olha para o
que Bernie Sanders colocou na agenda norte americana de discussões políticas e
sente vontade de chorar.
Num país muito mais rico
que o Brasil, e muito menos desigual, Sanders forçou a sociedade a enfrentar
suas verdadeiras feridas.
Que país pode funcionar
decentemente, disse ele, quando a plutocracia toma de assalto a democracia?
Quando o big business toma conta do Congresso e
da Casa Branca mediante doações multimilionárias para as campanhas? (Ou alguém
acha que é um dinheiro dado de graça?)
Quando o pequeno punhado
de privilegiados fica cada vez mais rico enquanto milhões de norte americanos
perderam a casa e vivem nas ruas ou em amontoados precários de cabanas?
Quando as pessoas não têm
direito a um tratamento público de saúde decente, e os estudantes pobres não
têm como pagar faculdades caras?
Ora, ora, ora...
São temas atualíssimos no
Brasil. Melhor: velhíssimos. Vivemos uma situação de abjeta desigualdade há
décadas, séculos.
E, no entanto, discutimos
cerveja e piroca.
Esta é a contribuição da
Polícia Federal e da mídia moribunda: debater cerveja e piroca.
Você vai tentar ouvir o
que políticos como FHC, assim chamado sociólogo, tem a dizer sobre o drama
social brasileiro, e tudo se resume a uma única palavra, usada para enganar os
ingênuos, os tolos, os analfabetos políticos: CORRUPÇÃO.
Não existe nada mais
corrupto do que um sistema feito para beneficiar os ricos, e mesmo assim a
palavra “corrupção” domina entrevistas, artigos, e o que mais tiver a
assinatura de pretensos pensadores políticos
como FHC.
É uma indigência
assombrosa.
Não há um vestígio de
ideia fresca nas falas de Aécio. É o atraso do atraso. E, no entanto, ele não
sai dos jornais e revistas, como seus amigos e cúmplices citados por delatores
premiados.
Sanders fala,
apropriadamente, em promover uma revolução política que devolva o poder ao
povo, às pessoas das ruas, e o retire dos bilionários.
É isso que o Brasil tem
que fazer.
O primeiro passo,
essencial, é pregar, pregar e ainda pregar. É o que Sanders, aos 74 anos, está
fazendo.
A pregação força o debate
e desperta muitos que estavam adormecidos, completamente descrentes da política
e, mais que tudo, dos políticos.
Quem, no Brasil, poderia
colocar uma nova agenda política em debate, com vigor e credibilidade?
Quem representa, como
Sanders, uma ruptura com o status quo
viciado e viciante?
Vejo apenas um nome.
Jean Wyllys.
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