GLOBO É A PRAGA DO BRASIL MESMO!... DIZ GLENN GREENWALD
William Boinamerd (seu nome de batismo com 'd' mudo) faz qualquer negócio para agradar os Marinho.
247 – "Mais nojento do que pode ser expressado. Globo é a praga principal do Brasil mesmo", publicou o jornalista Glenn Greenwald em seu Twitter, ao comentar um texto de J. P. Cuenca, o mais novo integrante do site The Intercept Brasil, a respeito do Prêmio Comunique-se, cujo evento ocorreu na terça-feira 27.
"Para cada indicado, uma longa propaganda de um dos patrocinadores
era exibida nos telões, e aí subia o gerente de marketing pra entregar o
prêmio. Só empresas representantes do demônio na terra, tipo BAYER.
Algumas categorias conseguiam a proeza de ter todos os três indicados
trabalhando para o grupo Globo", conta Cuenca.
Nesse texto, ele diz que muitos presentes olhavam para ele e
Greenwald, a sós numa mesa, como se fossem "dois black blocs". E lembra
que nenhum daqueles jornalões e canais de TV reproduziu uma linha ou um
segundo do furo do jornalista Inácio Vieira, do Intercept: a fala de
Temer em NY admitindo que o impeachment ocorreu porque Dilma Rousseff
não topou implementar o programa de governo do PMDB.
Em seu texto de estreia no The Intercept, Cuenca traça um belo
retrato – e dá muitos exemplos – de como funciona a censura no Brasil.
"Em e-mails abertos, editores orientando repórteres a manipular
coberturas através de omissões e ênfases, já sem qualquer pudor: é a era
do 'podemos tirar se achar melhor'", cita.
Laia abaixo a última parte do texto:
Cenas e personagens típicos dos vertiginosos últimos três
anos, quando este golpe é articulado: repórter recebendo telefonema do
diretor de canal de TV ou editor do jornal pedindo para apagar post de
facebook. Funcionários de RH checando as opiniões do candidato na
internet antes de contratá-lo. Artistas e produtores engajados
calando-se na véspera de grandes eventos, como Copa do Mundo ou Jogos
Olímpicos, para não perder contratos. Pais pedindo a filhos, ou
vice-versa, que evitem se posicionar politicamente em público para
evitar constrangimentos familiares ou laborais. Atores recebendo recados
diretos de patrões e contratantes de publicidade: neutralidade é lucro. Em e-mails abertos, editores orientando repórteres a manipular
coberturas através de omissões e ênfases, já sem qualquer pudor: é a era do “podemos tirar se achar melhor.”
O patrão, o patrocinador, o editor-chefe: não é de bom tom pensar sem
a permissão deles. E, se o fizermos, que seja em silêncio, afinal. Pois
o silêncio não atrapalha na hora de fechar um edital, um contrato, uma
renovação.
Num sistema social orwelliano e autoprotetor, a saída para a maioria é fazer o isentão,
figura tão simbólica da autocensura necessária para seguir empregado
hoje em dia. Independentemente de qualquer julgamento moral — é o
isentão um covarde, um canalha ou um sobrevivente? —, a necessidade
concreta de pesar nossos posicionamentos para evitar represálias é a
medida de como o ar anda tóxico no Brasil de 2016.
A naturalização desse policiamento pode nos levar a pensar que nossas
opiniões nunca pareceram tão importantes ou mesmo perigosas. Em tempos
de retrocesso democrático, talvez sejam.
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