20 DESONESTOS QUE PEDIRAM A SAÍDA DE DILMA EM 2016
O ano de 2016 foi marcante nos protestos de rua, sobretudo
aqueles que deram força ao golpe parlamentar que derrubou o governo
Dilma Rousseff.
Num impeachment conduzido por moralistas sem moral, boa
parte das manifestações verde-amarelas contou com apoio de políticos
citados na Operação Lava Jato. Sobretudo congressistas que hoje ocupam
ou ocuparam cargos na gestão Michel Temer.
Mencionados em delações premiadas da Odebrecht, estiveram na
rua para fazer coro com o pato amarelo da FIESP. Nos bastidores, eles
são acusados de desviar milhões de reais na promiscuidade
público-privada da empreiteira.
Mas não estavam sozinhos. Junto com eles, cidadãos de bem
acusados de crimes diversos também bateram bumbo e panela pedindo o fim
da roubalheira do PT.
Confira 20 personagens com pepinos na Justiça dando shows nas Paulistas do nosso Brasil.
Aécio e colegas no ônibus para a Paulista (de onde ele sairia escorraçado)
O político de codinome Mineirinho esteve na Avenida Paulista. Aécio Neves é apontado como destinatário de R$ 15 milhões entre 7 de outubro e 23 de dezembro de 2014 na planilha da Odebrecht.
No protesto dos coxinhas, Mineirinho foi vaiado
junto com Geraldo Alckmin. Além da Lista da Odebrecht, Aécio é citado
em outras delações premiadas. Na campanha, descobriram que fez um
aeroporto na cidade mineira de Cláudio, na fazenda de seu tio.
2. Geraldo “Santo” Alckmin
Vaiado junto com Aécio Neves em 13 de março de 2016, o Santo aparece nas planilhas da Odebrecht recebendo R$ 2 milhões em dinheiro vivo. Governador de São Paulo há 738 anos, Geraldo Alckmin também é conhecido como “Ladrão de Merenda”.
O presidente da Assembleia Legislativa, Fernando Capez, cria
de Alckmin, foi peça chave no escândalo do desvio de merendas em
escolas públicas, cuja CPI foi devidamente transformada em pizza. O
Santo é forte e deve disputar a presidência em 2018.
3. Paulo Skaf
Sem apelido carinhoso nas delações da Odebrecht, Skaf esteve no protesto em São Paulo no dia 13 e também marcou presença no Rio de Janeiro, em 25 de outubro. Pai espiritual do pato amarelo gigante que foi plagiado de um artista holandês, o chefão da FIESP é uma das estrelas da delação de Cládio Melo Filho, da Odebrecht.
Ele afirma que Michel Temer pediu, em 2014, R$ 10 milhões a
Marcelo Odebrecht. Para o delator, o atual ministro Eliseu Padilha ficou
responsável por receber R$ 4 milhões, sendo que os outros R$ 6 milhões
dados a Paulo Skaf, candidato do PMDB ao governo do estado.
E diziam que os antipetistas estavam “pagando o pato”, não é?
4. Romero “Caju” Jucá
Manifestante verde-amarelo orgulhoso com a esposa nas ruas
contra Dilma, “Caju” aparece em diferentes delações. Em diálogos
gravados pelo ex-presidente da Transpetro, Sérgio Machado,
Romero Jucá basicamente confessa o golpe contra Dilma Rousseff para
“estancar a sangria” que se tornou a Operação Lava Jato contra o seu
partido, o PMDB.
Tão importante quanto Eliseu Padilha, o “Primo”, Caju teria levado pelo menos R$ 22 milhões em pagamentos da Odebrecht e para distribuir para seu partido pelo menos R$ 19 milhões.
5. Rodrigo “Botafogo” Maia
Presidente da Câmara dos Deputados no lugar de Eduardo Cunha, Botafogo teria recebido R$ 100 mil da Odebrecht. A assessoria de Rodrigo Maia nega. Ele também foi pedir o impeachment de Dilma vestido de verde no Rio de Janeiro.
6. José “Careca” Serra
Figura constante nos protestos na Avenida Paulista, mas sem a
rejeição de Aécio ou Alckmin, José Serra também aparece nas planilhas
da Odebrecht. Atribuem a ele dois apelidos: “Careca” e “Vizinho”.
Chanceler do governo Michel Temer e ex-presidenciável
tucano, Serra teria recebido R$ 23 milhões da empreiteira via caixa dois
de campanha. Sua assessoria de imprensa nega as acusações envolvendo a
disputa eleitoral de 2010.
7. José Agripino “Gripado” Maia
Com dois codinomes – “Gripado” e “Pino”
-, José Agripino Maia do DEM é mais um político que também apareceu na
Paulista em março contra Dilma e é acusado pela Odebrecht. Ele teria
recebido R$ 1 milhão a pedido do seu amigo Aécio Neves.
8. Geddel Vieira “Babel” Lima
Presidente do PMDB da Bahia e envolvido num escândalo envolvendo um empreendimento em Salvador,
Geddel Vieira Lima - vulgo "suíno", chegou a fazer pressão interna no partido para
romper com Dilma no começo de 2016. E foi às ruas com os verde-amarelos.
Com o nome de Babel, ele aparece na planilha da Odebrecht
como beneficiado por R$ 1,5 milhão do “departamento de propinas” da
empreiteira. O delator Cláudio Melo Filho afirmou que em março de 2009,
no aniversário de 50 anos de Geddel, a Odebrecht o presenteou com um
relógio suíço Patek Philippe de US$ 25 mil, equivalente a R$ 85 mil na
conversão direta.
Geddel também pedia contribuições “mais materiais” da
empreiteira pelo seu apoio em projetos de interesse mútuo. Mesmo
bradando contra a corrupção, teve que pedir demisssão a Temer da
Secretaria do Governo. Antes, durante o governo Lula, foi ministro da
pasta de Integração Nacional, entre 2007 e 2009.
9. Antônio Imbassahy
Deputado do PSDB, ele aparece em uma das fotos das
manifestações em Salvador ao lado de um cartaz: “Trabalhador protesta no
domingo, vagabundo na sexta”.
Antônio Imbassahy aparece na planilha da Odebrecht como receptor de R$ 299,7 mil
em doação eleitoral legalizada. O financiamento era em troca de favores
da empreiteira, segundo Cláudio Melo Filho. Imbassahy foi visto
protestando na rua em companhia de Aécio Neves, outro que é citado na
Operação Lava Jato.
10. Adolfo “Jovem” Viana
Figura marcante das manifestações na Bahia, o tucano Adolfo
Viana também foi delatado por Claudio Melo Filho da Odebrecht por ter
recebido R$ 50 mil. Tirou selfies contra Dilma e hoje o “Jovem” nega as
acusações, afirmando que as doações recebidas foram “lícitas”.
11. Jutahy “Moleza” Magalhães
Amigo de Adolfo Viana, Magalhães participou também do Fora
Dilma na cidade de Salvador. Conhecido como Moleza na Lista da
Odebrecht, é acusado de ter recebido R$ 850 mil de doação de campanha,
incluindo caixa dois. O deputado contesta a informação, afirmando que
recebeu um valor entre R$ 50 mil e R$ 150 mil feito de maneira legal.
12. José Carlos “Missa” Aleluia
Do partido Democratas da Bahia, Aleluia foi outra figura dos
protestos antipetistas. É acusado, segundo a Odebrecht, de ter recebido
R$ 580 mil na campanha de 2010 para o Senado. Missa do DEM afirma dizendo que prestou contas de forma regular ao TSE.
13. Margrit Dutra Schmidt
Irmã de Mirian Dutra, a jornalista ex-amante do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, Margrit foi acusada de ser funcionária fantasma do então senador José Serra. Ela também foi vista em protestos anti-Dilma no começo de 2016.
No mês de setembro, Margrit Dutra Schmidt foi exonerada
do cargo que lhe pagava salário bruto de R$ 9,5 mil. Na ocasião, José
Serra já havia se tornado ministro de Relações Exteriores do governo
Michel Temer.
14. Sílvio Fernandes Filho
Presidente do DEM de Goiânia em março de 2016, o anestesista Sílvio Fernandes Filho
foi contratado do Hospital das Clínicas da Universidade Federal de
Goiás (UFG) entre setembro de 2013 e abril de 2015. No entanto, técnicos
do Tribunal de Contas da União (TCU) apuraram que ele nunca atuou nesta
modalidade de cirurgia no período que trabalhou lá.
Funcionário fantasma, ele se apresenta como um dos
dirigentes do MBL em Goiânia, o mesmo movimento de Kim Kataguiri. É
próximo do senador Ronaldo Caiado, outro político favorável ao
impeachment de Dilma.
15. Armando Fontoura
Líder do movimento Vem Pra Rua no Espírito Santo e ex-filiado ao PSDB, Armando Fontoura
foi flagrado batendo o ponto sem trabalhar no gabinete do vereador
tucano Luiz Emanuel. Foi contratado em 9 de janeiro de 2013 e exonerado
no dia 20 de março do mesmo ano por “divergências”.
Fontoura diz que foi “perseguido” pelo vereador tucano e que
ele o teria ameaçado com o vídeo que provava que ele era funcionário
fantasma. Luiz Emanuel não sabe quem divulgou a gravação em maio de
2015. O líder permanece no Vem Pra Rua, convocou manifestações pelo golpe no ano seguinte e diz que “não tem partido”.
16. Luiz Augusto Ferreira da Silva
Padre apontado como funcionário fantasma da Assembleia
Legislativa de Goiás, Luiz Augusto Ferreira da Silva marcou presença no
protesto de 13 de março de 2016 contra o PT.
Ele foi exonerado no dia 20 do mesmo mês. Funcionário sem
cumprir seu horário de trabalho desde 1980, o Ministério Público estimou
que ele deveria devolver cerca de R$ 18 milhões. O salário dele era de R$ 11,5 mil bruto.
Foi ordenado sacerdote em 1955, o que não o impediu de
entrar no serviço público de maneira irregular. Sempre criticou padres
liberais, mas é um moralista sem moral.
17. Ronaldo Caiado
Embora não seja citado na Lista da Odebrecht, a família do
senador do DEM aparece no ranking “sujo” de trabalho análogo ao escravo,
segundo o site Repórter Brasil. Ruralista, Ronaldo Caiado é um dos mais estridentes antipetistas no Parlamento e esteve nos protestos na Paulista.
Ele também foi acusado em março de 2015 de receber propina
do bicheiro Carlinhos Cachoeira em pelo menos três campanhas para a
Câmara Federal: 2002, 2006 e 2010. O acusador foi seu ex-parceiro de
partido na época, Demóstenes Torres.
18. Aloysio Nunes
Investigado na Lava Jato nas delações da UTC e no Trensalão
dos tucanos em São Paulo, Aloysio Nunes finge que não é com ele e vai
aos protestos contra o PT. Fez companhia a Alckmin e Aécio na Paulista,
mesmo quando eles foram vaiados.
19. Cássio Cunha Lima
Senador paraibano tucano, ele é acusado de compra de votos no escândalo do “Dinheiro Voador”.
Tentando se livrar de ser preso em flagrante, o operador de Cássio
Cunha Lima, Olavo Lira, jogou R$ 400 mil do alto do edifício Concord.
Em 2010, Cunha Lima foi enquadrado como Ficha Suja. Depois
foi beneficiado pela decisão do STF de só aplicar a nova lei a partir
das eleições de 2012. Com isso, venceu a eleição para senador e se
manteve no cargo. Esteve em protestos em 2015 no Rio de Janeiro. Na
ocasião, afirmou que a “pressão das ruas” tirariam Dilma do poder.
O “comediante” Marcelo Madureira e o Vem Pra Rua prestigiaram Cássio Cunha Lima na ocasião.
20. Delcídio Amaral
Ex-petista e ex-tucano, Delcídio do Amaral transgrediu as regras da prisão domiciliar e foi com sua moto Harley-Davidson ao
protesto do Fora Dilma de 13 de março de 2016, segundo o jornalista
Fernando Rodrigues. Não há registro fotográfico da sua visita.
Tornou-se delator na Operação Lava Jato após ser preso sob a
acusação de dificultar as investigações envolvendo Nestor Cerveró,
ex-diretor da Petrobras. Opera ali desde o governo Fernando Henrique
Cardoso.
Desfiliou-se do PT em 15 de março de 2016. Em 10 de maio teve seu mandato de Senador cassado.
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