Universo Paralelo (II)


Acesse "Universo Paralelo (I): http://rodolfovasconcellos.blogspot.com/2010/06/rumo-ao-universo-paralelo.html
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Uma civilização avançada que tenha colonizado a galáxia poderá, durante suas explorações, ter topado com resquícios primordiais e exóticos do Big Bang.

A expansão original foi tão rápida e tão explosiva que, mesmo buracos de minhoca minúsculos, podem ter sido esticados até um tamanho macroscópico.

Mas, se não forem encontrados tais portais naturais, a civilização terá que tomar algumas medidas mais complexas e difíceis.


Hoje sabemos que existe fartura de buracos negros; há um escondido no centro de nossa própria galáxia da Via Láctea. Sondas enviadas por um buraco negro poderiam proporcionar respostas a algumas perguntas.

Todos os buracos negros são cercados por um horizonte de eventos ou ponto além do qual não existe retorno possível. É possível conceber que, para que se pudesse fazer a viagem de volta, seriam necessários dois buracos negros desse tipo.


Mas, para uma civilização avançada que estivesse fugindo do grande congelamento, seria possível que uma viagem apenas de ida fosse o suficiente.

Em 1963, o matemático Roy Kerr mostrou que um buraco negro que gire rapidamente não cairá num ponto, mas num anel, impedido assim de se desintegrar pela força centrífuga.

O que aconteceria se caíssemos pelo anel de Kerr é uma questão em aberto. Essa polêmica pegou fogo no ano passado, quando Stephen Hawking admitiu ter cometido um erro, 30 anos atrás, ao apostar na idéia de que os buracos negros engolem tudo, inclusive a informação.


Talvez a informação seja esmagada para sempre pelo buraco negro, ou talvez ela passe para o Universo paralelo do outro lado do anel de Kerr.

A idéia mais recente de Hawking é que a informação não se perde totalmente. Mas ninguém acredita que a última palavra sobre essa questão já tenha sido proferida.

Em 1988, Kip Thorne e seus colegas mostraram que, se alguém possuísse matéria exótica ou energia negativa suficiente, poderia usá-la para criar um buraco de minhoca passível de ser atravessado – ou seja, pelo qual poderia ir e vir livremente entre seu laboratório e um ponto distante no espaço (ou no tempo).


A matéria/energia negativa seria suficiente para manter aberta a garganta do buraco de minhoca, possibilitando as viagens. Infelizmente, ninguém nunca viu matéria exótica. Em princípio, ela deve pesar menos do que nada e cair para cima, em lugar de para baixo. Se ela existiu quando a Terra foi criada, terá sido repelida pela gravidade da Terra e se afastado no espaço.

Mas a energia negativa já foi vista em laboratório, sob a forma do efeito Casimir. Outra fonte de energia negativa são os raios laser. De qualquer forma, precisaríamos de alguma dessas fotes de energia para criarmos um novo universo.


Os universos-bebês são, em princípio, criados naturalmente, quando uma certa região do espaço-tempo se torna instável e entra num estado denominado “falso vácuo”, que desestabiliza o tecido do espaço-tempo. Uma civilização avançada poderia fazer isso propositalmente, concentrando energia numa região só.

Para criar as condições fantásticas necessárias para abrir um buraco de minhoca com energia negativa ou criar um falso vácuo com energia positiva, talvez fosse preciso dispor de um “quebrador cósmico de átomos’”.

 Acelerador de Partículas
Os físicos estão tentando construir aceleradores “de mesa” capazes, em princípio, de atingir bilhões de elétron-volts.

Os avanços são rápidos, e a energia está aumentando num fator de dez a cada cinco anos. Embora problemas técnicos ainda não tenham permitido a criação de um verdadeiro acelerador de mesa, uma civilização avançada terá bilhões de anos para aperfeiçoar esse e outros artefatos.

Já são comuns em laboratório os laseres de terawatts (trilhões de watts), e laseres de petawatts (quatrilhões de watts) estão pouco a pouco se tornando possíveis (a título de comparação, uma usina nuclear comercial gera apenas 1 bilhão de watts de energia contínua).

Se os buracos de minhoca criados nos procedimentos anteriores forem pequenos ou instáveis demais ou se os efeitos da radiação forem demasiado intensos, então talvez pudéssemos enviar apenas partículas do tamanho de átomos através de um buraco de minhoca.

Nesse caso, essa civilização poderia partir para a última solução possível: fazer passar pelo buraco uma “semente” de tamanho atômico, capaz de fazer a civilização renascer do outro lado.

Esse processo é encontrado comumente na natureza. A semente do carvalho, por exemplo, é compacta, resistente e própria para sobreviver a uma viagem longa e a sobreviver da terra. Ela contém toda a informação genética necessária para regenerar a árvore.

Uma civilização avançada pode querer enviar pelo buraco de minhoca informações suficientes para criar um “nanobô”, ou máquina auto-reprodutora de tamanho atômico, construída com a ajuda da nanotecnologia.

Ela seria capaz de viajar a uma velocidade próxima à da luz, porque teria apenas o tamanho de uma molécula. 


Uma multidão desse robôs então viajaria a outras luas, em outros sistemas solares, e criaria novas fábricas químicas.

Esse processo todo seria repetido inúmeras vezes, gerando milhões e mais milhões de cópias do robô original. Começando com um único robô, haveria uma esfera de trilhões desses robôs se expandindo, colonizando a galáxia inteira.

Em seguida, essas sondas robóticas criariam enormes laboratórios de biotecnologia. As seqüências de DNA dos criadores das sondas teriam sido registradas cuidadosamente, e os robôs teriam sido desenhados para injetar essa informação em incubadoras que, então, clonariam a espécie inteira.

Uma civilização avançada poderia, também, codificar as personalidades e as memórias de seus habitantes e injetá-las nos clones, permitindo que a raça inteira fosse reencarnada.

Embora esse cenário seja aparentemente fantástico, ele condiz com as regras conhecidas da física e da biologia e estaria dentro das capacidades de uma civilização de tipo 3.



Não existe nas leis da ciência nada que impeça a regeneração de uma civilização a partir do nível molecular. Para uma civilização moribunda presa num Universo em processo de congelamento, essa talvez representasse sua última esperança. 
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Michio Kaku é professor de física teórica na Universidade da Cidade de Nova York, e este artigo foi adaptado de seu livro “Mundos Paralelos”.

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Comentários

  1. Demais... adorei
    Pena que poucos tem interesse por esta área do conhecimento.
    Alguns dados me serão úteis num novo trabalho que estou escrevendo...
    Talvez que usar tera-horas de pesquisa para desenvolver meu personagem, mas estes conhecimentos me foram bastante uteis.
    Estou começando um blog
    É bem caseiro, mas ainda chego lá, caso tenha tempo..
    acesse http://cronicasdegardenia.blogspot.com

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  2. Anônimo3:43 AM

    bastante interessante

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