O pastor Silas Malafaia segue e dissemina dois evangelhos: o do
ódio e o da tagarelice.
Alguém fez um levantamento sobre sua
atuação insalubre no Twitter. Não sei se os números estão corretos, mas numa
avaliação superficial de seu batuque incessante no teclado o resultado não
parece absurdo.
Entre 3 de março e 3 de setembro, ele
teria feito apenas 59 menções a Jesus Cristo e 87 a homossexuais.
Ainda não houve um levantamento da
quantidade de vezes em que fala no PT, mas é um assombro. Geralmente, junta as
fixações. Por exemplo: “Petistas covardes usam a causa gay para me denegrir e
mudar de assunto.”
Marina Silva está pagando por seu apoio.
Pode ter sido um beijo da morte. Não é exagero apostar que, fora de sua
paróquia, é um dos homens mais detestados do Brasil.
Malafaia deve ser levado a sério? Sim,
na medida em que encarna uma direita religiosa que tem voto, influência,
ambições — e que cresce.
Ele, juntamente com colegas como Marco
Feliciano e outros pastores e bispos, sonha com um Brasil livre de abominações
como gays, abortistas, “umbandistas” etc, e que tenha sua interpretação literal
da bíblia como constituição.
Todos os jornalistas que o desagradam
são canalhas, covardes e por aí vai. O mais recente foi um repórter do UOL. Mas
já sobrou para um profissional da revista Forbes que o colocou numa lista dos
religiosos mais ricos do país, com 300 milhões de reais.
“Safado, sem
vergonha, bandido e caluniador tem em tudo que é lugar (…). Quando aForbes faz uma declaração dessa, não é uma
declaração qualquer. Eu vivo de que pessoas acreditem em mim”, vociferou ele no
ano passado. Ameaçou processar a publicação. Nunca cumpriu.
Essa tática da vitimização costuma ser
muito utilizada. Fundamentalistas como Malafaia gostam de gritar que são
perseguidos, num clássico do sujeito que bate a carteira e berra “pega
ladrão!”.
Malafaia é a culminância do poder do
pentecostalismo nacional. Um extremista que quer impor sua visão a qualquer
custo. Seu grupo existe para estabelecer suas crenças como força dominante na
organização do direito, da política e da cultura.
Todo fanático é um inseguro. Sua fé está
ligada a sua paixão doentia e a sua necessidade de se segurar em alguma coisa,
muito mais do que à certeza de suas convicções.
Malafaia já afirmou que não quer um
cargo político. Na verdade, não precisa. Ao declarar que não quer “fundar uma
república evangélica”, está dando um aviso. Para Freud, aquilo que se nega é o
que está sendo reprimido. Quando nega, ele afirma. Juntamente com a
dedicação diuturna a gays e comunistas, tudo indica que esta é provavelmente
uma de suas obsessões.
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