Gastos de governo tucano em MG com publicidade tem alta de 900%
Entre 2003 e 2014, de acordo com informações
publicadas pela Rede Brasil Atual, três rádios e um jornal ligados, à família
de Aécio Neves (PSDB-MG), foram recheadas com um repasse de R$ 1,2 milhão de
reais. Nos 12 anos em que foi comandado pelos tucanos, o governo de Minas
gastou mais de R$ 547 milhões com publicidade, em valores corrigidos pela
inflação.
A pesquisadora Susy dos Santos, professora da
Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e coordenadora do Grupo de
Pesquisa em Políticas e Economia da Informação e da Comunicação (PEIC),
participou do debate por videoconferência.
Segundo
a pesquisadora, especialista no tema, o radiodifusor não precisa ser um coronel
tradicional, dono de terras e de poder político na sua região, para ser
inserido no conceito de coronelismo eletrônico. “Essa relação clientelista, no
entanto, provoca uma ruptura na autonomia das instituições sociais porque
mantém um alinhamento da mídia com interesses partidários”, explicou.
Bia
Barbosa, coordenadora do Intervozes e membro da coordenação executiva do FNDC,
reforçou a importância do tema ser debatido com a sociedade em geral. “Enquanto
a sociedade não se indignar com o controle de outorgas de rádio e TV para
políticos, o debate público das questões mais essenciais para a população
estará contaminado por essa troca de benefícios entre políticos e mídia”,
afirmou.ento, desde a posse de Aécio, em 2003, até este mês de dezembro, quando
termina o governo tucano em
Minas Gerais , os gastos do estado com publicidade oficial
aumentaram mais de 900%.
As
emissoras de TV, que apoiaram abertamente a campanha aecista para presidente,
ficaram com a maior fatia. Rede Globo em primeiro lugar, com R$ 290 milhões.
Entre os jornais, foram gastos R$ 138 milhões, o maior beneficiado foi O Estado
de Minas, que apoiou editorialmente o governo de Aécio e sua candidatura
presidencial. O jornal teve um aumento de 1.428% nos valores recebidos dos
cofres públicos de 2003 para cá.
Sob o
comando de Aécio, as despesas de órgãos da administração direta com
"divulgação governamental" chegaram a R$ 489,6 milhões, segundo o
Sistema Integrado de Administração Financeira de Minas Gerais (Siafi-MG), valor
que ultrapassa R$ 815 milhões quando incluídos gastos de empresas, fundações e
autarquias controladas pelo Executivo.
Coincidência
ou não, o tucano - ainda Senador da República - se tornou sócio da Rádio Arco-Íris,
que já era dirigida por sua irmã Andrea, em dezembro de 2010, dois meses depois
de ser eleito para o Senado.
Declaração de bens
Em sua
declaração de bens ao Tribunal Superior Eleitoral, o candidato tucanos
derrotado declarou possuir 88.000 cotas da Rádio Arco-Íris, com valor de R$ 700
mil. Ele ainda declarou possuir ações junto à empresa Diários Associados, que
pertenceram a seu avô, Tancredo Neves.
Campanha "Coronéis da
Mídia"
Recente
campanha lançada pelo Fórum Nacional da Democratização da Comunciação (FNDC)
denuncia, além do senador Aécio Neves, outros parlamentares que possuem
concessões de rádio e TV no Brasil, ação que é considerada inconstitucional em
nosso país.
De
acordo com a campanha, o chamado coronelismo eletrônico é mais sutil,
menos evidente, mais sorrateiro. Para entendê-lo, é preciso ir mais fundo, em
busca do rabo da palavra, como diria o bom mineiro Guimarães Rosa.
A
pesquisadora Susy dos Santos, professora da Universidade Federal do Rio de
Janeiro (UFRJ) e coordenadora do Grupo de Pesquisa em Políticas e Economia da
Informação e da Comunicação (PEIC), explica que o radiodifusor não precisa ser
um coronel tradicional, dono de terras e de poder político na sua região, para
ser inserido no conceito de coronelismo eletrônico. “Essa relação
clientelista, no entanto, provoca uma ruptura na autonomia das instituições
sociais porque mantém um alinhamento da mídia com interesses partidários”,
explicou.
Bia
Barbosa, coordenadora do Intervozes e membro da coordenação executiva do FNDC,
reforçou a importância do tema ser debatido com a sociedade em geral. “Enquanto
a sociedade não se indignar com o controle de outorgas de rádio e TV para
políticos, o debate público das questões mais essenciais para a população
estará contaminado por essa troca de benefícios entre políticos e mídia”,
afirmou.
Com
informações das agências
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