JUCA FERREIRA NA CULTURA. ÓTIMA NOTÍCIA!
A Secretaria de Imprensa da Presidência
da República confirmou na noite desta terça-feira (30) que Juca Ferreira será o
ministro da Cultura do segundo governo Dilma Rousseff. A notícia é altamente
positiva. Após vários recuos para "acalmar o mercado" e
"garantir a governabilidade" no Congresso Nacional, com a indicação
de nomes que expressam o conservadorismo, a presidenta vai equilibrando o jogo
e indicando ministros mais identificados com as bandeiras mudancistas que
garantiram a sua reeleição. O atual secretário de Cultura da capital paulista é
reconhecido por suas posições mais à esquerda. Ele é respeitado nos coletivos
culturais da juventude por suas ideias inovadoras e ousadas.
Juca Ferreira
também é um defensor da radicalização da democracia no país. Na semana
retrasada, no lançamento do Fórum-21 – uma articulação que reúne
intelectuais, comunicadores e lutadores sociais dispostos a reforçar o
campo das ideias progressistas –, o novo ministro da Cultura defendeu
a urgência da democratização dos meios de comunicação. Segundo reportagem
de Eduardo Maretti, da Rede Brasil Atual, ele argumentou que a formação da uma
sociedade política e culturalmente madura depende da superação da mídia
monopolizada.
"Durante os longos anos de
ditadura, nos acostumamos a ir contra a censura do Estado. Mas hoje tem a
censura do mercado, e outro tipo de censura que a sociedade brasileira está
descobrindo agora, que é a censura a partir dos interesses dos donos dos
grandes meios de comunicação... Se não tivermos uma informação correta e
desideologizada, que garanta que a população tenha discernimento e capacidade
de analisar por si mesma, a gente não tem uma sociedade livre... A relação que
isso tem com a cultura é fundamental. A informação é a base do desenvolvimento
cultural. Se a informação é viciada, parcial e não democrática, atrasa e
dificulta a formação de uma sociedade que se desenvolve culturalmente.",
afirmou Juca Ferreira no evento em São Paulo.
Para o novo ministro da Cultura, "a grande mídia tem um
poder enorme na formação de opinião da sociedade. Quer manter como está, e os
que dirigem o processo político têm avaliado que não têm condições (de fazer a
reforma democrática dos meios)... Acho que dá para avançar, não com golpe de
mão, mas com discussão na sociedade, que vai compreender que é preciso que se
regulamente a atividade, não no sentido de cercear a opinião, mas no de ampliar
a possibilidade de que todas as opiniões tenham presença nos meios de
comunicação".
Reproduzo abaixo reportagem da Agência
Brasil com a biografia do novo ministro da Cultura:
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Juca Ferreira está de volta ao governo
Por Helena Martins
Atual secretário de Cultura de São Paulo, Juca Ferreira, de 65 anos, foi
anunciado hoje (30) como novo chefe do Ministério da Cultura (MinC). O nome foi
divulgado no começo da noite, por meio de nota, pela Secretaria de Imprensa da
Presidência da República.
O baiano estará à frente do ministério pela segunda vez. A primeira foi
durante o governo Lula, em 2008, quando substituiu o músico Gilberto Gil, com
quem trabalhou durante mais de cinco anos no MinC como secretário executivo,
entre 2003 e 2008. Na sua primeira passagem pelo ministério, Juca colaborou na
formulação dos Pontos de Cultura, programa que levou para São Paulo.
A volta de Juca Ferreira à Esplanada dos Ministérios está vinculada
tanto à atuação na prefeitura de São Paulo como na campanha de Dilma à
reeleição. Ele coordenou o programa de cultura da candidata e também mobilizou
artistas e grupos culturais para apoiá-la. Nas últimas semanas da disputa,
chegou a se licenciar da prefeitura para dedicar-se exclusivamente às eleições.
A militância política do futuro ministro da Cultura vem desde a
juventude. Ele foi líder estudantil e, em 1968, chegou a ser eleito presidente
da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes), mas não assumiu por
causa do Ato Institucional Número 5, que proibiu o funcionamento da entidade.
Juca viveu nove anos no exílio no Chile, na Suécia e na França, onde se formou
em Ciências Sociais na Universidade Paris 1 – Sorbonne.
No Brasil, passou a atuar com políticas de cultura na Bahia. Nos anos
1980, ingressou também na militância ambiental. Depois, participou de fóruns
internacionais sobre cultura e meio ambiente como representante da sociedade
civil. Filiado ao PV, foi secretário municipal de Meio Ambiente de Salvador e
vereador da capital baiana por dois mandatos, tendo sido eleito em 1992 e 2000.
Depois de mais duas décadas no PV, filiou-se ao PT em 2012.
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