Panelaço não é fascismo, mas impeachment é golpe
De Gilberto Maringoni, no facebook:
Em algumas capitais – especialmente do sul e sudeste – e em
bairros de classe média -, panelaços aconteceram. Em São Paulo, onde ela perdeu
por larga margem de Aécio, nada a surpreender. Ainda mais em regiões mais
abastadas (moro na zona leste de SP e por aqui nada se ouviu).
Algumas pessoas saíram em blogs, tuíteres e pelo Facebook a
vociferar contra o caráter fascista dessas manifestações. Menos, gente. Bater
panelas não é em si um gesto fascista. Nas diretas-já, em 1984, houve vários panelaços
em cidades médias e grandes e a balbúrdia nada tinha de fascista. Ao contrário.
Há – claro – os valentões de janela, que xingam, pedem
intervenção militar e graças do gênero. Os filhotes de Bolsonaro em cruzamento
com Alexandre Frota. Exibem uma intolerância atroz e devem ser denunciados. É
ainda preciso ver quanto representam entre os raivosos em geral.
Um pedaço da classe média, que tem nojo de pobre, que vê no
governo petista fantasmas que não assombram e que é fortemente influenciada
pela mídia, decidiu botar sua bílis para fora. Faz parte da boa e velha luta de
classes, sempre negada pelos governos petistas e pelo próprio PT, em seu afã de
parecer pós-moderno. Sim, ela existe e vai para as ruas no dia 15.
O curioso é que a turma das caçarolas não forma o
contingente dos prejudicados por Dilma. Poucos devem estar preocupados co
restrições ao seguro-desemprego, às pensões das viúvas etc. Não são os que
pagarão um valor na conta de luz que retirará comida da geladeira. Ao
contrário. Boa parte integra aquela pequena-burguesia – desculpem o palavrão –
que também se beneficia do rentismo proporcionado pelos juros dilmistas em suas
aplicações bancárias.
O governo bem faria se operasse uma guinada e desse uma
banana para os paneleiros e seus incentivadores, na mídia e no mercado
financeiro. Seria pedir muito.
Dilma teria de brigar não apenas com os emergentes que
adoram Miami – mais distante com o dólar a R$ 3 – mas com seus financiadores,
que colocaram gentilmente R$ 319 milhões em sua caixinha de campanha.
Vamos ver como será 15 de março.
Duas coisinhas, para terminar: panelaço não é fascismo, mas
impeachment é golpe.
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