Professores revoltados com a TV Globo
Disfarçados de vira latas, William Bonner (seu nome de batismo é Boinamerd, com 'd' mudo) e Renata Vasconcellos apresentam as mentiras do Jornal Nacional
Uma passeata com mais de 60 mil professores toma as ruas centrais da capital paulista na tarde desta quinta-feira (2).
Por Altamiro Borges*, em seu blog
Alegres, irreverentes e pacíficos, os grevistas
criticam a intransigência do governador de São Paulo – "uma vaia para o
Geraldo Alckmin" – e expressam sua indignação diante da cobertura
"jornalística" das emissoras de rádio e televisão – "uma vaia
para a Globo" grita um líder no caminhão de som e milhares repetem
"fora Rede Globo, o povo não é bobo" e "A verdade é dura, a Rede
Globo apoiou a ditadura". Do helicóptero da emissora, o domesticado
repórter informa que a passeata reúne "uns 500 professores" e não dá
detalhes sobre a combativa mobilização da categoria.
Antes da
passeata, na assembleia realizada no Masp, na Avenida Paulista, os professores
aprovaram por unanimidade a continuidade da paralisação. "A greve
continua. Alckmin, a culpa é sua"! Em uma nova rodada de negociação, o
governo do PSDB voltou a rosnar arrogância e manteve a sua postura
intransigente e autoritária. Os professores reivindicam melhorias nas condições
de ensino – centenas de escolas foram fechadas nos últimos anos, as salas estão
superlotadas e falta até papel higiênico nas unidades de ensino. Os grevistas
também exigem aumento salarial e melhores condições de trabalho.
A
manipulação da mídia privada, que tenta invisibilizar a poderosa greve dos
professores e blindar o tucano Geraldo Alckmin, não desanima os grevistas.
"Estamos de alma lavada. Mostramos mais uma vez a força e a organização da
categoria", afirma Maria Izabel Azevedo Noronha, a Bebel, presidenta da
Apeoesp. Para ela, a postura dos jornais, revistas e emissoras de rádio e tevê,
sempre contrária às lutas dos trabalhadores, confirma a urgência de medidas
para democratizar a mídia no Brasil.
No caso
da TV Globo, quando da marcha golpista de 15 de março, ela até alterou a sua
programação para incentivar a participação num ato que pregava o impeachment da
presidenta Dilma e, inclusive, a volta dos militares ao poder. Artistas globais
ajudaram a convocar o protesto e a emissora, unida ao comando da Polícia
Militar, espalhou a mentira de que a marcha reuniu mais de 1 milhão de pessoas.
Agora, no caso da passeata dos docentes em greve, o repórter domesticado fala
em "500 presentes". Não é para menos que um dos slogans mais gritados
na passeata desta quinta-feira foi o "Fora Rede Globo".
*Altamiro
Borges é presidente do Centro de Estudos de Mídia Barão de Itararé e secretário
Nacional de Mídia do PCdoB.
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