YOUSSEF NEGA QUE PALOCCI PEDIU VERBA POR DILMA
O doleiro Alberto
Youssef, preso em Curitiba pela Operação Lava Jato, negou nesta manhã em
depoimento à CPI da Petrobras ter recebido qualquer pedido de Antonio Palocci
para a campanha da presidente Dilma Rousseff em 2010. "Não conheço
Antônio Palocci e ele nunca me fez nenhum pedido para que eu angariasse
dinheiro para a campanha de Dilma em 2010. E eu creio que Paulo Roberto esteja equivocado
com referência a esse assunto", disse Youssef.
A
declaração contesta o depoimento do ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto
Costa, que disse que o então deputado petista Antonio Palocci pediu R$ 2
milhões para Youssef. A denúncia fez com que a oposição pedisse investigação
contra Dilma junto ao procurador-geral da República, Rodrigo Janot, e ao
Supremo Tribunal Federal. Os dois órgãos, no entanto, negaram a abertura de
inquérito contra a presidente. Janot concluiu que não havia indícios suficientes
contra Dilma.
Youssef
também confirmou, em seu depoimento de hoje, o pagamento de R$ 10 milhões em
2010 ao então senador Sérgio Guerra, do PSDB (já falecido), para abafar uma CPI
no Congresso. Aos deputados, ele atira com todas as forças contra o PT. Os deputados
da Comissão ouvem hoje os depoimentos de sete pessoas presas na investigação.
Os depoimentos serão colhidos no auditório do edifício-sede da Justiça Federal
na capital paranaense. Confira o teor de seu depoimento nas reportagens da
Agência Câmara:
Para doleiro, propina vinha de
lucro de empresas contratadas pela Petrobras
O
doleiro Alberto Youssef disse à CPI da Petrobras acreditar que não havia
superfaturamento de preços nos contratos da estatal. Ao responder pergunta do
deputado Celso Pansera (PMDB-RJ) sobre a origem dos recursos, ele disse que
provavelmente vinha da taxa de lucro das empresas.
Youssef
disse que, muitas vezes, o percentual de propina (que ele chama de
"comissionamento") de 1% acabou reduzido a pedido dos empresários.
"Na
minha concepção, não havia superfaturamento. Muitas vezes, os empreiteiros
pediam que o comissionamento fosse reduzido porque eles não estavam dando conta
de fazer a obra com esses pagamentos", disse. "Por isso, muitas
vezes, o comissionamento de 1% foi reduzido", concluiu.
Youssef volta a citar nomes de
políticos que teriam recebido propina
O
doleiro Alberto Youssef disse à CPI da Petrobras os nomes de vários políticos
que, segundo ele, receberam recursos do esquema de financiamento de campanha
originado de propinas pagas por empresas contratadas pela Petrobras.
A
maior parte dos políticos que ele afirma ter financiado, direta ou
indiretamente, pertence ao PP – partido para o qual Youssef confessou ter
operado.
Youssef
disse que não tratou pessoalmente com a maioria dos políticos, mesmo aqueles
que ele financiou. Em resposta ao deputado Júlio Delgado (PSB-MG), o doleiro
disse que, na maior parte das vezes, os nomes e valores destinados aos
beneficiários eram repassados a ele pelos líderes do PP: Nelson Meurer, Mário
Negromonte e João Pizzolatti.
Ele
diferenciou os políticos que conhecia dos que não conhecia. Ele disse ter
financiando algumas pessoas que não conhecia e não ter feito o mesmo para
algumas que conhecia, já que foi apresentado a muitos políticos na casa do
ex-líder do PP João Pizzolatti, em Brasília.
Youssef
admitiu que algum político pode ter recebido recursos destinados por ele ao
partido.
Ele
disse, por exemplo, que não conhece o presidente da Câmara, deputado Eduardo
Cunha (PMDB-RJ). Mas afirmou ter feito pagamento destinado a ele, por
intermédio do empresário Fernando Soares, e atribuiu a informação ao empresário
Júlio Camargo. De acordo com Camargo, o dinheiro foi pago para que a Câmara não
questionasse o contrato da Toyo com a Petrobras para o aluguel de sondas.
Ele
disse o mesmo da senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR). "Não conheço
pessoalmente, mas fiz repasses", disse.
Além
dos líderes do PP, os políticos que ele afirma ter ajudado com recursos, direta
ou indiretamente, foram os seguintes: Aguinaldo Ribeiro, Ciro Nogueira, Dilceu
Sperafico, Eduardo da Fonte, José Otávio Germano, Lázaro Botelho, Luis Carlos
Heinze, Luiz Fernando Farias, Renato Molling, Roberto Brito, Roberto Balestra,
Waldir Maranhão, José Mentor, Lindberg Farias, Fernando Collor, Fernando
Bezerra, Aline Corrêa, João Leão, Pedro Corrêa, Pedro Henri, Cândido Vaccarezza
e Luiz Argôlo.
Doleiro reafirma que Lula
ordenou pagamento a empresa ligada à Petrobras
O
doleiro Alberto Youssef confirmou à CPI da Petrobras teor de depoimento feito
por ele à Polícia Federal em que afirmou que o ex-presidente Lula mandou fazer
um pagamento para a agência Muranno Marketing, que prestava serviços à
Petrobras.
"Quem
me contou isso foi o Paulo Roberto Costa", disse Youssef, em referência ao
ex-diretor de Abastecimento da Petrobras apontado como beneficiário de propinas
de empresas contratadas pela Petrobras para o financiamento de partidos
políticos.
Youssef
disse à CPI que recebeu de Costa a ordem para que procurasse os dirigentes da
Muranno e que o dinheiro saiu da parte que cabia ao PT e ao PP.
"Paulo
disse que, na época, foi R$ 6 milhões e pouco e que isso o PT teria que
operacionalizar metade. A outra seria do PP. Em determinado momento, Julio
Camargo (representante da empresa Toyo) me fez esse repasse de R$ 3 milhões
para o PT", disse.
Youssef diz que Planalto sabia
de esquema investigado pela Lava Jato
O
doleiro Alberto Youssef disse, em depoimento à CPI da Petrobras, que o Palácio
do Planalto sabia do esquema de financiamento de campanha investigado na
Operação Lava Jato.
Segundo
ele, em 2011 ou 2012, houve "um racha" entre os líderes do PP e isso
foi motivo de discussão dos líderes com a Casa Civil e a Secretaria-Geral
Presidência da República.
De
acordo com Youssef, Paulo Roberto Costa disse que o Palácio do Planalto é que
iria designar o novo "interlocutor" do partido. O líder do PP, na
época, era o deputado Nelson Meurer (PP-PR).
Com
o racha do partido, o Palácio do Planalto, com a participação de Paulo Roberto
Costa, escolheu o deputado Arthur Lira (PP-AL) para substituir Meurer. Youssef
disse que a troca de líderes foi feita por intermédio da então ministra Ideli
Salvatti e do ex-secretário-geral da Presidência, Gilberto Carvalho.
As
declarações de Youssef foram feitas em resposta a questionamento de um dos
sub-relatores da CPI, deputado Bruno Covas (PSDB-SP).
O
doleiro negou, porém, ter repassado recursos para a campanha de Dilma Roussef
em 2010.
Alberto Youssef confirma
repasse de R$ 400 mil à cunhada de Vaccari
O
doleiro Alberto Youssef confirmou à CPI da Petrobras que entregou R$ 400 mil a
Marice Corrêa de Lima, cunhada do ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto. Esse
dinheiro, segundo ele, foi pago por ele a pedido da empresa Toshiba. Ele disse,
porém, que nunca conversou com Vaccari a respeito disso.
Youssef
disse ter sido contratado pela Toshiba para efetuar o pagamento e que esse
pagamento foi dividido em duas ocasiões. Na primeira, Youssef pessoalmente
entregou o dinheiro à cunhada de Vaccari, no escritório do doleiro, em São
Paulo.
A
segundo parte, em espécie, teria sido entregue no diretório do PT em São Paulo
por um funcionário do doleiro, Rafael Ângulo, e um diretor da Toshiba, chamado
Piva.
Segundo
Youssef, o dinheiro destinado ao PT somou cerca de R$ 800 mil de um total de R$
1,4 milhão. A maior parte foi destinada ao PT e o restante para o PP.
A
ida de Marice, a cunhada de Vaccari, ao escritório dele, teria sido
intermediada por Piva. "Ele me pediu para marcar dia e hora para ela ir lá
e que ela iria entrar pela garagem. E assim foi feito", disse Youssef.
O
doleiro negou, porém, informação dada por Paulo Roberto Costa de que o
ex-ministro da Fazenda Antonio Palocci teria pedido R$ 2 milhões, "da
conta do PP", para a campanha de Dilma Rousseff em 2010. "Não conheço
Palocci e nunca tive contato com nenhum assessor dele. Se alguém operacionalizou
esse pagamento, não fui eu", disse.
Doleiro diz à CPI da Petrobras
que financiou campanhas de PP, PMDB e PT
O
doleiro Alberto Youssef disse há pouco, em depoimento à CPI da Petrobras, que
participou diretamente do financiamento de campanha de políticos do PP, do PMDB
e do PT. Youssef depõe neste momento no auditório do edifício-sede da Justiça
Federal em Curitiba.
Ao
responder a pergunta do deputado Altineu Côrtes (PR-RJ), ele disse que
financiou campanhas de vários candidatos do PP a pedido do ex-deputado José Janene.
O doleiro não mencionou nomes.
Youssef
disse, ainda, que financiou as campanhas dos senadores Valdir Raupp (PMDB-RO) e
Gleisi Hoffmann (PT-PR) a pedido do ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto
Costa.
Segundo
Youssef, o financiamento da campanha de Raupp teria sido feito através de
doação oficial da empreiteira Queiroz Galvão, enquanto o da campanha de
Hoffmann teria sido feito em dinheiro. O dinheiro teria sido entregue em
Curitiba a pedido de Costa.
Alberto Youssef diz que foi
"engrenagem" em esquema de desvio da Petrobras
O
doleiro Alberto Youssef, apontado como o principal operador do esquema de
desvio de dinheiro da Petrobras, disse à CPI da Petrobras que não foi o mentor
das irregularidades investigadas pela Operação Lava Jato. "Não fui o
mentor, mas uma engrenagem nesse processo", disse.
Ao
responder a perguntas do deputado Luiz Sérgio (PT-RJ), relator da CPI, Youssef
disse conhecer pessoas investigadas na Operação Lava Jato, como Fernando Soares
(conhecido como Fernando Baiano), Júlio Camargo (da empresa Toyo Setal) e o
ex-policial Jayme Alves de Oliveira Filho.
Youssef
confirmou à CPI o que já havia dito em depoimentos de delação premiada. Segundo
ele, Júlio Camargo representava as empresas Toyo e Camargo Corrêa. De acordo
com o doleiro, Camargo pediu a ele dinheiro que seria usado para evitar um
pedido de informações da Comissão de Fiscalização e Controle da Câmara sobre o
aluguel de sondas pela Petrobras.
"Ele
[Camargo] me pediu que fizesse a ele operação a respeito de aluguel de sondas
que ele fez com Soares para a Petrobras. Ele me disse que precisava pagar por
conta de requerimento que o Fernando [Soares] tinha pedido ao deputado Eduardo
Cunha para que pedisse à Comissão de Fiscalização informações sobre a Mitsui
Toyo. Então ele me pediu que entregasse recursos para Fernando Soares",
disse.
Segundo
investigação do Ministério Público, autorizada pelo Supremo Tribunal Federal
(STF), o pedido de informações da Câmara sobre aluguel de sondas da Petrobras à
Toyo seria decorrente do atraso no pagamento de propina para Soares. O
requerimento seria uma maneira de pressionar a empresa a fazer o pagamento.
Soares
nega qualquer envolvimento no caso, bem como o presidente da Câmara, Eduardo
Cunha.
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