Conheça Nardes, o mau caráter que barrou as contas de Dilma no TCU








O Brasil é um país curioso, porque o passado é lembrado ou esquecido seletivamente.

Por exemplo: quando Severino Cavalcanti elegeu Augusto Nardes – deputado pela Arena e suas sucessivas reencarnações – para uma vaga destinada à Câmara no Tribunal de Contas, o então presidente do órgão,  Adylson Motta escreveu ao presidente Lula pedindo que não sancionasse a nomeação devido “à inobservância do requisito constitucional da reputação ilibada e idoneidade moral”.

Nardes era processado – respondia ao Inquérito 1827-9 – crime eleitoral, peculato e concussão, doação de campanha eleitoral, segundo a publicação “No banco dos réus”, do site Congresso em Foco – pelos quais alguma alma caridosa le fez um “desconto” para pagar mil reais e fazer palestras em escolas públicas, o que, segundo a “prestigiosa” revista Veja, que publico acima, foi uma “malandragem”.

Lula o nomeou, porque a vaga pertencia à Câmara e a Câmara o escolheu.

Curioso é que, nove anos depois, Nardes pegou emprestado os argumentos que usaram contra ele e, já na Presidência do TCU, ameaçou vetar a posse do senador Gim Argelo por falta de “reputação ilibada e idoneidade moral”. De novo, minha fonte é a revista Veja, onde, aliás, o moralíssimo Ricardo Setti o saudou entusiasticamente dizendo que, ainda bem, existem homens como Nardes, “com vergonha na cara”.

Agora, Nardes – redimido pela mídia – assume uma postura agressiva  como jamais se viu no TCU, sob completa cumplicidade dos veículos de comunicação, sem que um único deles aponte e recorde quem é este senhor.

A Folha chega a dizer que os “Ministros temem desmoralização do TCU ao julgar contas de Dilma“. Ora, quem teme desmoralização tem um presidente da corte que foi acusado de crime eleitoral, peculato e concussão, doação de campanha eleitoral e se acertou com uma multa e algumas palestras como pena alternativa?

O Brasil virou o país onde o cinismo é virtude, a hipocrisia é a verdade e a imprensa transforma em vestais as figuras mais sombrias, desde que isso ajude a derrubar o governo que –  absurdo! – foi eleito pelo voto popular.

Se para isso precisam esquecer – como disse FHC – que escreveram, pouco se lhes dá.

Afinal, nessa história de ausência de reputação ilibada e idoneidade moral a mídia brasileira não é melhor que os personagens desta história.




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