DOAÇÕES DA ODEBRECHT E DA CONSTRUBASE À CAMPANHA DE AÉCIO EM 2014 VIRARAM PÓ
A relatora da prestação
de contas da campanha do senador Aécio Neves (PSDB-MG) à Presidência da
República no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministra Maria Thereza de Assis
Moura, solicitou do tucano explicações sobre 15 supostas irregularidades
detectadas nos documentos entregues à corte.
Entre
elas está o fato de Aecio ter repassado para o PSDB uma doação de R$ 2 milhões
da Odebrecht, mas não ter registrado a transferência na prestação de contas.
"O
comitê financeiro nacional para presidente da República do PSDB registrou em
sua prestação de contas o recebimento de doação de R$ 2 milhões, efetuada pelo
candidato, no entanto, não há o registro da transferência na prestação de
contas", afirma o relatório técnico da Justiça Eleitoral. A Odebrecht é
uma das empreiteiras investigadas na Operação Lava Jato e seu presidente,
Marcelo Odebrecht, está preso desde 17 julho.
Segundo
dados divulgados pelo Estado de S. Paulo, além da Odebrecht, o TSE aponta
também uma diferença entre o valor declarado pela campanha e o montante
efetivamente doado pela construtora Construbase. O candidato tucano recebeu R$
1,75 milhão, mas declarou R$ 500 mil.
A
ministra Maria Thereza de Assis Moura quer saber também por que a campanha
tucana declarou R$ 3,9 milhões em doações estimáveis apenas na prestação de
contas retificadora.
Das
15 irregularidades detectadas pelo tribunal, pelo menos três foram consideradas
infrações graves. Elas dizem respeito a doações recebidas antes das prestações
de contas parciais e que só foram registradas nas prestações finais, somando
mais de R$ 6 milhões.
O
PSDB informou por meio de nota que já esclareceu ao TSE todas as dúvidas e
ratificou os erros apontados pelo tribunal. Segundo o partido, todos as doações
foram registradas com os devidos recibos eleitorais, inclusive as da Odebrecht
e Construbase, e as falhas detectadas são erros meramente contábeis.
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