A TROPA DE CHOQUE DO ACUSADO EDUARDO CUNHA





por Altamiro Borges


Apesar de estar mais sujo do que pau de galinheiro, o lobista Eduardo Cunha, presidente da Câmara Federal, segue com a sua agenda golpista e conservadora em plena atividade. Adepto da tática de que a melhor defesa é o ataque, ele abusa do diversionismo para ofuscar a denúncia de que recebeu US$ 5 milhões em propina no esquema de corrupção da Petrobras, conforme acusação já apresentada pela midiática Operação Lava-Jato. Neste esforço de sobrevivência, ele conta com a cumplicidade de mais de 100 deputados que ajudou a eleger e com a ação de uma ativa e barulhenta tropa de choque.

Entre outras peripécias, nos últimos dias Eduardo Cunha estimulou os deputados do PSDB, DEM, SD e PPS, que anunciaram o ingresso do pedido formal de impeachment de Dilma. Conhecido por suas manobras regimentais, ele já informou que apresentará o projeto diretamente ao plenário da Câmara Federal. Desta forma, o parlamentar que chafurda na lama pretende evitar maiores constrangimentos. Além de atiçar os golpistas, Eduardo Cunha também abanou a proposta ridícula da proibição do uso de minissaias e decotes nos corredores do parlamento. Esta iniciativa foi pura pirotecnia.

Mais grave ainda foram outras duas sinalizações. Segundo Mônica Bergamo, da Folha, "o presidente da Câmara dos Deputados considera inevitável que os programas sociais sofram cortes profundos no Orçamento de 2016, em discussão no Congresso... 'Muitos programas vão ter que acabar, não tem outro jeito', disse à coluna, citando que o Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, por exemplo, 'tem 2.000 programas'... 'É preciso ter arrecadação [de imposto] para sustentar tudo isso. A sociedade vai ter que decidir se quer manter esses programas'". Outro projeto que ele pretende dar celeridade é o do fim do regime de partilha no pré-sal, segundo festejou o Estadão nesta semana.

Aécio Neves e seus jagunços

A desinibição de Eduardo Cunha só se justifica porque ele sabe que tem as costas quentes. Na ânsia de "derrubar" ou "sangrar" a presidenta Dilma, a oposição demotucana e a mídia venal lhe garantem total respaldo. O cambaleante Aécio Neves até ensaiou um certo distanciamento do lobista, mas logo recuou - confirmando o rótulo "arregão" dado pelos fascistas mirins. "O senador Aécio Neves enviou recados ao presidente da Câmara dos Deputados, pedindo desculpas por dizer que ele deveria deixar o cargo caso virasse réu nas investigações da Lava Jato. Ele informou que chegou a pensar em convocar entrevista coletiva para se explicar, mas depois optou por deixar o assunto morrer na imprensa", confirmou a insuspeita Folha. De fato, o escândalo "morreu na imprensa".

Além do respaldo da oposição e da mídia venal, Eduardo Cunha conta com a sua própria bancada no parlamento. Estimativas modestas apontam que ele ajudou a eleger, com a grana que garfou de várias empresas, mais de 100 deputados federais. O lobista, que obteve quase o monopólio da palavra 'Jesus' na internet, também é seguido pelos fiéis da "bancada da Bíblia". Segundo o delator Júlio Camargo, parte da propina do 'petrolão' foi paga "com transferências à Igreja Evangélica, a pedido de Eduardo Cunha". E na linha de frente destes servos, o presidente da Câmara ainda possui uma estridente tropa de choque. A lista dos seus "jagunços", elaborada pela Folha, explica a coragem do "valentão".
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Os homens do presidente

Fiéis seguidores de Eduardo Cunha cuidam de projetos e fazem manobras de seu interesse

- Rodrigo Maia (DEM-RJ) - Presidiu comissão da reforma política articulada por Cunha e mudou o texto da proposta para atender aos interesses do peemedebista.

- Celso Pansera (PMDB-RJ) - Pediu à CPI da Petrobras para convocar a advogada Beatriz Catta Preta, cujo cliente acusou Cunha, e os familiares do doleiro Alberto Youssef, que também acusou Cunha.

- Paulinho da Força (SD-SP) - Pediu à CPI da Petrobras para quebrar sigilo do procurador-geral Rodrigo Janot, que investiga Cunha, e convocá-lo a depor, ainda tentou barrar sua recondução.

- Hugo Motta (PMDB-PB) - Presidente da CPI da Petrobras, evitou pautar requerimentos contra Cunha e contratou a filha do presidente da Câmara para lhe prestar serviços de comunicação política.

- André Moura (PSC-SE) - Presidente da comissão que apresentou projeto para reduzir maioridade penal; na CPI da Petrobras, pediu acareação entre Dilma Rousseff e Youssef.





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