CUNHÃO VEM DE RENAN EM DIREÇÃO AO BURACO
Postado no Facebook em 14 de agosto de 2016

O ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo
Tribunal Federal, decidiu nesta quinta-feira, 13, que as contas de presidentes
da República precisam ser votadas por uma sessão conjunta do Congresso formada
por deputados e senadores e não pelas Casas Legislativas de maneira separada.
A decisão enfraquece as articulações do presidente
da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que ditava o ritmo do processo de apreciação do balanço contábil
relativo à gestão Dilma Rousseff em 2014.
Com a determinação de Barroso, em caráter liminar,
a eventual votação pelos parlamentares das contas da petista – hoje em análise
no Tribunal de Contas da União – deve ser conduzida pelo presidente do Senado,
Renan Calheiros (PMDB-AL), que também preside o Congresso.
Na última semana, Renan fez gestos de aproximação
com o governo e negocia diretamente com Dilma um pacote contra a crise. Ele
também atua no TCU, onde mantém grande influência, para adiar a análise do
parecer sobre as contas da atual gestão.
Desde o rompimento de Cunha com o Planalto, no mês
passado, o presidente do Senado foi ungido pelo Executivo a principal aliado no
Congresso. Cunha acusa o governo de influenciar a Operação Lava Jato, da qual
ele é um dos principais alvos.
A oposição espera uma decisão desfavorável a Dilma
no TCU e uma posterior reprovação das contas no Congresso para abrir um
processo de impeachment contra ela. O próprio governo avalia que, na Câmara
comandada por Cunha, uma derrota na votação dos balanços seria quase certa.
A decisão de Barroso dá respaldo jurídico a uma
articulação de Renan nos bastidores para mudar a forma de tramitação das
análises das contas. Na prática, a liminar aumenta o poder de Renan para
decidir quando colocar a apreciação dos balanços em julgamento.
A concentração da votação em sessão conjunta
reforça ainda o isolamento de Cunha, que não tem assento na Mesa Diretora do
Congresso.
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