Lula Para Secretario-Geral da ONU
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"O ex-presidente Lula seria o único a poder liderar a
Organização das Nações Unidas." Palavras de Stéphane Hessel, autor de Indignez-Vous, opúsculo
traduzido em numerosas línguas e a motivar jovens e menos jovens a se
manifestar pelas mais variadas injustiças mundo afora. A recomendação de
Hessel, ex-diplomata convertido em militante aos 93 anos, foi feita na
Universidade de Columbia, em Nova York, nesta terça-feira 27.
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De passagem por Universidades novaiorquinas para promover
mais uma tradução de sua obra, Time of Outrage!, Hessel disse que
defende a necessidade de incluir saúde, educação e ecologia na Carta dos
Direitos do Homem, temas tão cruciais quanto o da liberdade.
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Hessel, diga-se, é co-autor da Carta dos Direitos do
Homem, e no seu discurso na universidade novaiorquina foi ainda mais longe:
pediu a reforma das próprias Nações Unidas. O motivo? “A ONU falhou em suas
duas missões: trazer a paz e proteger os direitos do homem.” O secretário-geral
da ONU, Ban Ki-moon, argumentou Hessel, não é mau diplomata, mas falta-lhe
“visão”.
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Visão do mundo, e talento como escritor não escasseiam a
Hessel. Nascido em Berlim em 1917, ele foi resistente na França durante a
Segunda Guerra Mundial, e em seguida deportado para Buchenwald, o campo de
concentração nazista. De volta a Paris, tornou-se escritor, poeta e diplomata.
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Na Universidade de Columbia, Hessel disse que os jovens
são menos politizados hoje do que na sua época de juventude. Apesar de as
manifestações de “indignados” serem necessárias, “os jovens não acreditam mais
em atingir seus objetivos através de eleições”. E isso, emenda Hessel, é muito
perigoso.
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O autor de Indigne-se admite que o mundo é hoje
mais complexo. Se antes havia uma luta contra o nazismo, agora os jovens não
têm objetivos facilmente identificáveis.
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Uma questão levantada durante o discurso de Hessel na
Universidade de Columbia foi o protesto de indignados a “Ocupar Wall Street”.
Quando comparado aos protestos no Reino Unido, Grécia, Espanha e etc., o
movimento norte-americano tem sido fraco e, antes de tudo, simbólico.
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Para Hessel, o problema nos EUA é que Barack Obama não passa de uma grande decepção. “Ele não tentou mobilizar a opinião pública para transpor
obstáculos não resolvidos através de negociações”, sugeriu Hessel. Ainda segundo o
ex-diplomata: “A audácia e a esperança dispensam o consenso”.
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Hessel fica em Nova York até 30 de outubro para também
discursar a favor da integração do Estado Palestino na Onu.
Seu livro foi publicado no Brasil com o título Indignai-vos!
(Leya Brasil, 2011).
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