Marina se Dissolve e é Digerida pelos Banqueiros e Usineiros
DE FADINHA DA FLORESTA A DEFENSORA DOS
BANQUEIROS
O esforço para transformar
a biografia de Marina Silva num conto da Carochinha é a melhor forma que seus
aliados encontraram para tentar fugir do debate político, mas que pouco
favorece a candidata, que cresceu pouco nas últimas pesquisas e até estagnou, segundo
a última pesquisa do Datafolha, que trabalha para desestabilizar a candidatura
Dilma Roussef.
A tática de
Marina Silva, ao ser questionada sobre determinados temas, é fornecer respostas
complexas, que ninguém entende, para não falar aquilo que o eleitor não
gostaria de ouvir. Mas quando o entrevistador insiste, ela muda de posição e
recua. Ela só é firme quando se trata de defender a doutrina de Neca Setúbal,
herdeira do Banco Itaú.
Marina esqueceu
suas origens. Agora é da elite. Só nos últimos três anos arrecadou um milhão e
seiscentos mil reais com palestras, apesar de ter declarado à Justiça Eleitoral
um patrimônio de 135.000 reais. Quanto aos contratantes, Marina não diz quem é. É transparência zero. Alega
confidencialidade. Foi o mesmo que o ex-Ministro da Fazenda fez: ocultou os
nomes de quem contratou sua consultoria sob alegação de confidencialidade. A
imprensa se encarregou do massacre.
Segundo o
jornalista Paulo Moreira Leite, "Marina Silva passou dos seringueiros
aos banqueiros. Sua amizade com Dona Neca Setúbal resultou naquilo que, em
sociologia, se chama de processo de aculturação, ou seja, quando o mais fraco
se une ao mais forte, o mais fraco acaba se dissolvendo no mais forte. Ela
trocou a liderança de Chico Mendes e Wilson Pinheiro, heróis dos povos da
floresta, pelos conselhos de Roberto Freire, embaixador de José Serra em sua
campanha, além de assessores que são conselheiros profissionais dos inimigos do
povo".
O Itaú deve
18,6 bilhões de reais à Receita Federal em razão da fusão com o Unibanco, mas
não quer pagar. Quando Roberto Setúbal, presidente do Itaú, reúne empresários e
lhes diz que o governo Dilma é medíocre, ele está dizendo que, com a eleição de
Marina, estará livre desta dívida (imposto é dinheiro do povo), como ainda vai
ter o Banco Central, com autonomia (nem FHC, do PSDB, com sua mania de vender o
país e de se ajoelhar diante do FMI, ousou tanto!), para implantar uma política
monetária que lhe garanta lucros maiores do que os que já tem, sem maiores
esforços.
"Marina bandonou os empates do Acre, luta que
pretendia barrar a expansão do capitalismo e da propriedade privada na
Amazônia, por uma campanha
privatista, contra as principais empresas estatais, a começar pela Petrobras.
Hoje Marina é a esperança de executivos como Roberto Setubal, principal gestor
do Itaú, que, num discurso pronunciado ontem, disse que a campanha de 2014
mudará os rumos de um país que “não quer mais gestões medíocres e populistas”.
Mediocridade para eles é todo programa de inclusão social,
como Bolsa Família, Minha Casa Minha Vida, PRONATEC, FIES, PROUNI, MAIS
MÉDICOS, CIÊNCIA SEM FRONTEIRA, geração de empregos, valorização do salário
mínimo e desoneração tributária da cesta básica.
Ilan Goldfajn, economista-chefe do Itaú e com passagem
pelo Banco Central, sugeriu a Dilma a receita para baixar a inflação para 3%:
desemprego e achatamento salarial. Dilma, corajosamente, não aceitou. Por isso
foi vaiada pela elite branca que lotava o camarote do Itaú na abertura da Copa
(será que Marina, amiga de Neca Setúbal, estava lá?).
Mas são exatamente a geração de empregos, a valorização
dos salários e os programas de inclusão social que têm garantido grandes lucros
ao Itaú e a todos os bancos que atuam no país, nacionais ou estrangeiros.
Marina sucumbiu diante dos banqueiros e dos usineiros.
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