Posição nítida para enfrentar onda reacionária no segundo turno
O
resultado do primeiro turno da eleição presidencial, depois de várias mudanças
bruscas nas intenções de voto captadas pelas pesquisas, expressa com clareza a
real polarização de forças no Brasil.
Dilma alcança o primeiro lugar com 41,5% dos votos válidos, contra 33,5% de
Aécio Neves, o candidato neoliberal e conservador do PSDB, uma diferença de
mais de oito milhões de votos. Em terceiro lugar, Marina Silva ficou com 21,3%
dos votos, apenas dois pontos percentuais acima do que obteve em 2010.
Fracassou rotundamente a tentativa de constituir uma chamada terceira via
travestida de nova política, que não passava de um decalque da velha política
conservadora e neoliberal.
Em torno da candidatura da presidenta Dilma Rousseff à reeleição, formou-se uma
maioria favorável à realização de mais mudanças, por um novo governo com ideias
novas, pelas reformas estruturais democráticas. Foram mais de 43 milhões de
eleitores que disseram não ao entreguismo, à corrupção, às políticas recessivas
e de arrocho. Uma maioria de brasileiros que defende a continuidade e a
ampliação das políticas públicas que pouco a pouco resultam em bem-estar para a
população e progresso para o país.
A maioria obtida pela presidenta, porém, não representa uma vitória clara e
automática no segundo turno. Nos últimos dias da campanha cresceu uma onda
conservadora e reacionária que catapultou a votação do candidato oposicionista
e teve implicações também sobre a votação e o número de deputados federais dos
partidos de esquerda, nomeadamente o PT e o PCdoB, que diminuíram suas
bancadas.
As reações das principais lideranças das forças neoliberais e conservadoras e
dos veículos de comunicação a seu serviço indicam que está em pleno curso uma
forte ofensiva reacionária para derrotar a presidenta Dilma no dia 26 de
outubro.
A batalha do segundo turno se afigura dura e complexa. A polarização pressupõe
que um lado e outro farão uma máxima concentração de forças, num embate que
todos sabem ser marcante e decisivo para o presente e o futuro do país e do
povo.
As forças progressistas iniciam a campanha do segundo turno com redobrada
confiança na capacidade de discernimento do povo brasileiro, cujo nível de
consciência política avança gradativamente. Seu anseio pelo aprofundamento das
mudanças se tornará realidade na medida em que for nítida a posição.
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