ESQUERDA PROMETE “REORGANIZAÇÃO” E PROTESTOS
A
"reorganização das esquerdas" defendida pelo ex-presidente Lula
começa a ganhar musculatura; líderes de vários movimentos sociais, centrais
sindicais e partidos como o PT, Psol, PCdoB e PSTU estão se articulando numa
frente popular que promete realizar uma série de manifestações a partir do dia
1º de janeiro; objetivo é conter avanço de grupos conservadores e de
direita nas ruas e também no Congresso e no próprio governo federal; iniciativa
é atribuída ao líder do Movimento dos Sem Teto (MTST), Guilherme Boulos; entre
as primeiras reivindicações estão uma Assembleia Constituinte exclusiva para a
reforma política e a cassação do deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ) por quebra de
decoro.
O avanço de grupos conservadores e de
direita nas ruas e também no Congresso e no próprio governo federal serão alvos
de uma série de manifestações em 2015, organizadas por movimentos sociais,
centrais sindicais e líderes do PT, Psol, PCdoB e PSTU.
A primeira
reunião do grupo de 40 líderes de movimentos de integrantes dos prtidos ocorreu
na semana passada, em um salão no Largo São Francisco, no centro de São Paulo.
Participaram lideranças do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), Central
de Movimentos Populares (CMP), Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB),
Levante Popular da Juventude, Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST), Via
Campesina, Central Única dos Trabalhadores (CUT), Consulta Popular,
Intersindical e Conlutas, além de representantes dos quatro partidos e
integrantes de pastorais sociais católicas.
Reportagem do
Estado de S. Paulo, publicada nesta sexta-feira, 26, mostra que a iniciativa
partiu de Guilherme Boulos, do MTST, que no sábado havia feito elogios ao
ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na inauguração de um conjunto
habitacional gerido pelo movimento, na Grande São Paulo.
Dias depois, Lula, que é cotado para disputar o Palácio do
Planalto em 2018, divulgou vídeo no qual diz que é preciso “reorganizar” a
relação com os movimentos e partidos de esquerda se o PT quiser “continuar
governando o Brasil” (leia mais).
A frente
popular de esquerda deve agir em duas linhas. A primeira é atuar como
contraponto ao avanço da direita nas ruas e no Congresso. Após os protestos
contra a reeleição da presidente Dilma Rousseff, esses grupos também preparam
maior articulação. A segunda é buscar espaço dentro do governo Dilma para
projetos que estejam em sintonia com a agenda da esquerda, como reforma agrária
e regulação da mídia.
Os movimentos
que participaram da reunião preparam um cronograma de manifestações que começa
com atos pela convocação de uma constituinte exclusiva para a reforma política
na posse de Dilma, no dia 1º. Em 1º de fevereiro, quando tem início a nova
legislatura, um ato no Congresso vai pedir a cassação do deputado Jair
Bolsonaro (PP-RJ) por quebra de decoro.
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