ADVOGADO GERAL DA UNIÃO: "NÃO SE MATA EMPRESA PARA ARRANCAR CONFISSÃO"
O advogado-geral da União (AGU), ministro Luís
Inácio Adams, criticou a ação do Ministério Público de tentar ampliar o número
de delações na operação Lava Jato por meio do “estrangulamento das empresas”.
“O
foco deles é o penal, e nesse sentido, subordinar o processo administrativo ao
penal. Isso está errado, legalmente e conceitualmente. Quando você faz isso,
você força o estrangulamento da empresa como instrumento de produção de
confissões”, disse em entrevista ao Valor.
O
Ministério Público Federal (MPF) ajuizou cinco ações de improbidade
administrativa cobrando a devolução aos cofres públicos de R$ 4,47 bilhões das
empreiteiras Camargo Corrêa, Sanko, Mendes Júnior, OAS, Galvão Engenharia e
Engevix e dos executivos dessas empresas. Para o coordenador da Força-Tarefa
Lava Jato do MPF, procurador da República Deltan Dallagnol, a punição aplicada
às empresas e aos executivos investigados pela Lava Jato deve ser “exemplar”
para que a corrupção deixe de ser vista como caminho mais vantajoso.
“Não
estamos falando de um sócio da empresa ou de um diretor, mas de milhares de
funcionários e milhares de fornecedores que não têm nada a ver com o assunto”,
rebate Adams. Ele defende os acordos de leniência: “Ao antecipar-se à
investigação, ela coloca à disposição de quem investiga – MP, CGU ou TCU, todos
os elementos que ela tenha à disposição para esse trabalho. Outra coisa: a
necessidade do acordo está associada às condições econômicas da empresa. Vai
esperar a empresa fechar para fazer o acordo de leniência?”, questionou (leia aqui).
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