KENNEDY: ‘STF DERRUBA ESTRATÉGIA DE FORÇAR DELAÇÃO’
"O juiz federal
Sérgio Moro e os investigadores do Ministério Público Federal contavam com esse
elemento de pressão para forçar acusados a delatar. A prisão preventiva não
pode ser usada dessa forma", comenta o jornalista Kennedy Alencar sobre a
decisão de mandar nove executivos de empreiteiras para a prisão domiciliar;
segundo ele, o Supremo ajudou a evitar um fracasso futuro na Lava Jato, que
poderia resultar em nulidade processual em decorrência de abusos.
"Quando a Justiça precisa forçar alguma coisa, deixa de ser Justiça."
A decisão da Segunda
Turma do Supremo Tribunal Federal de mandar para a prisão domiciliar nove
executivos de empreiteiras investigadas na Operação Lava Jato "derruba a
estratégia de prender para forçar o acusado a fazer uma delação premiada",
comenta o jornalista Kennedy Alencar nesta quarta-feira 29.
"Foi
retirado um instrumento de pressão sobre os acusados (...) O juiz federal
Sérgio Moro e os investigadores do Ministério Público Federal contavam com esse
elemento de pressão para forçar acusados a delatar. A prisão preventiva não
pode ser usada dessa forma", escreve Kennedy.
Ele
lembra que a decisão "não significa a morte das delações premiadas",
que poderão continuar a ser feitas, e ressalta que o "equilíbrio é muito
importante em operações dessa magnitude". Para o jornalista, a decisão
relatada pelo ministro Teori Zavascki ontem ajudou a evitar um fracasso futuro
na Lava Jato, que poderia resultar em nulidade processual em decorrência de
abusos.
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