STF FEZ Des-MORO-nar O ARBÍTRIO DA LAVA JATO
Por Eduardo Guimarães, do Blog da
Cidadania
Para
quem já entendeu que o juiz federal Sergio Moro vem extrapolando todos os
limites que sua posição permite ao impor um Estado policial ao país, um regime
autoritário no qual pessoas são jogadas no cárcere por qualquer razão e, assim,
coagidas até a contar mentiras para atender à ânsia do carrasco por
"denúncias" com nítido viés político, recente decisão do Supremo
Tribunal Federal veio em muito boa hora.
Pode
ser coincidência que a Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal tenha
concedido, na última terça-feira, um habeas corpus (HC 127186) a nove réus
acusados de envolvimento em um suposto esquema de desvio de recursos da
Petrobras justamente neste momento. Porém, não há como não conectar a sentença
emitida pelo ministro Teori Zavascki – e apoiada pelos ministros Gilmar Mendes
e Dias Toffoli – ao clamoroso caso envolvendo a prisão indevida da cunhada do
ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto, encarcerada por seis dias sem uma razão
plausível e libertada sem um mísero pedido de desculpas.
O
efeito imediato da recente decisão do STF torna-se evidente ao mirarmos
avaliação feita pelos advogados das empresas investigadas pela Operação Lava
Jato. Para eles, a decisão tomada pelo Supremo Tribunal Federal constitui
tentativa da instância máxima da Justiça brasileira de colocar um freio no juiz
federal Sergio Moro, que conduz os processos da Lava Jato.
Também
tornou-se consenso entre os advogados ouvidos dos réus da Lava Jato que haverá
menos acordos de delação premiada daqui para frente, apesar dos benefícios que eles
podem proporcionar, além da revogação da prisão preventiva, com a redução de
multas e penas. Isso porque o longo tempo de encarceramento vem fazendo com que
a tal delação premiada se converta em invenção premiada, em certos casos.
Ou
seja: há gente inventando aquilo que o juiz Moro quer apenas para sair do
cárcere, já que as prisões da Lava Jato estendem-se por tempo indeterminado e
sem justificativas melhores do que "manutenção da ordem pública",
eufemismo para chantagem carcerária contra os suspeitos.
Vale
comentar que a recente decisão do Supremo Tribunal Federal e a dura sentença
emitida pelo ministro Teori Zavascki, que chega a qualificar a conduta de Moro
como "medievalesca", terá que figurar na petição que este Blog
enviará nos próximos dias à Corregedoria Nacional de Justiça, em Brasília, pois
contribui para a tese referente aos abusos que esse magistrado vem perpetrando
e que acabam de ser reconhecidos pela instância máxima da Justiça brasileira.
Desse
modo, informo que, apesar de já ter a parte fática da petição praticamente
pronta, o documento deve chegar a Brasília, para protocolo no CNJ, apenas na
segunda-feira, já que sexta-feira é feriado e a recente decisão do STF ainda
terá que ser juntada aos fatos, pois referenda a tese que pede o afastamento de
Moro da Operação Lava Jato e investigação inclusive de fatos como
"vazamentos" que ocorreram, que ele deveria investigar e que jamais
investigou.
Por
fim, é motivo de comemoração para a sociedade que o STF tenha tomado a decisão
que tomou, pois reestabelece algum equilíbrio entre a necessidade de
investigação de crimes e o uso de métodos "medievalescos" para obter
confissões e até mesmo adesões fortuitas e forçadas às teses de quem claramente
se deixou inebriar pela fama e/ou atua com a finalidade espúria de favorecer
grupos políticos inconformados com o resultado da última eleição presidencial.
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