Dilma: “Marina quer falar o que pensa e não quer escutar os outros”
Nesta
quinta-feira (11), a candidata à reeleição Dilma Rousseff recomendou à
adversária Marina Silva (PSB) que pare de “usar conveniências pessoais para
fazer suas declarações” e classificou como “leviana e inconsequente” sua
posição contra o Partido dos Trabalhadores
Dilma refere-se
às declarações de Marina sobre o caso Petrobras, em que a candidata diz, em
entrevista aoEstadão, que o PT foi o responsável contratação de Paulo
Roberto Costa na empresa. Mas, ao contrário do que diz Marina, Paulo Roberto
foi um diretor de carreira dentro da Petrobras em gestões anteriores, sendo
alto funcionário do governo do tucano Fernando Henrique Cardoso também.
“Os
melhores quadros da Petrobras transitam de governo para governo. Ele veio de
dentro da Petrobras”, afirmou, esclarecendo que se trata de um quadro técnico,
sem vinculação política.
Dilma
advertiu ainda que a diferença é que, a partir do governo Lula, não existiu
mais a prática de esconder a corrupção na gaveta: “Corrupção você combate
diurna e noturnamente, todos os minutos do dia. Não há proteção contra ela. O
que protege um país da corrupção é não ter impunidade. A Polícia Federal poder
investigar quem quer que seja e quem quer que seja pagar pelo que faz”.
A
presidenta lembrou também que Marina já integrou a militância do partido e que
deve a isso todos os mandatos que exerceu. “Dos 12 anos aos quais ela se
refere, oito ela esteve no governo ou na bancada no Senado Federal”, advertiu,
destacando que “não é possível as pessoas terem posições que não honrem a sua
trajetória política e tentam se esconder atrás de falas que não medem o sentido
dos seus próprios atos durante a vida”.
Dilma
foi ainda mais dura ao dizer que Marina “quer falar o que pensa e não quer
escutar o que os outros pensam” e frisou que é possível aprender com a
realidade e mudar posições quando for necessário. “Mudar de posição de cinco em
cinco minutos não é certo. Presidente sofre pressão grande, não pode ser
leviano ou temer qualquer Twitter contra ele”, completou a presidenta.
Os
jornalistas também questionaram a presidenta sobre as críticas feitas ao
programa de governo de Marina que atendem aos interesses do sistema financeiro
e da defesa pública da adversária a sua conselheira Neca Setúbal, herdeira do
Banco Itaú e responsável pelo plano.
“Neca
educadora é a Neca educadora. Agora, na medida que eu sou herdeira do Banco
Itaú e defendo uma política que beneficia claramente os bancos, que é a
política de independência do Banco Central, de redução do papel dos bancos
públicos, eu estou fazendo papel de banqueira e eu não estou falando sobre
educação, sobre criança ou sobre creche”, afirmou a presidente.
A
presidenta ainda alfinetou dizendo esperar que Marina não mude de posição
novamente. “Espero que não mude agora sua posição quanto à independência do
Banco Central. Se mudou contra o pré-sal, e eu acho que não muito
convincentemente, espero que não mude em relação à independência do BC. Espero,
porque estou aqui aguardando para ver quais são os desdobramentos, porque cada
vez que a gente abre o debate com a candidata Marina, ela se dá como vítima e
diz que nós estamos atacando.”
Atraso das hidrelétricas
Indagada
por jornalistas em entrevista ao portal IG e à Rede TV, também nesta
quinta-feira (11), Dilma lembrou das dificuldades criadas pela candidata do
PSB, que na época era ministra do Meio Ambiente, no andamento das obras de
construção das usinas hidrelétricas de Jirau e Santo Antônio.
Ela
destacou que os problemas foram causados pela demora na concessão de licenças
ambientais, o que causa divergências. “Nunca houve embate assim, muito ácido.
Mas houve divergências sim. A candidata tinha uma reação muito acentuada. Houve
muitas demoras, sempre por responsabilidade dela. Todo mundo tem que ter prazo.
Ninguém no governo está acima de cumprir prazos”, lembrou Dilma.
Com
informações de agências
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