Mobilizar o povo contra o golpismo na campanha eleitoral
Com o objetivo
de alertar e mobilizar o povo brasileiro em defesa do pré-sal e da Petrobras,
sob ataque da mídia conservadora e dos candidatos Aécio Neves (PSDB) e Marina
Silva (PSB), organizações sindicais como a Federação Única dos Petroleiros
(FUP), a Central Única dos Trabalhadores (CUT), a Central dos Trabalhadores e
Trabalhadoras do Brasil (CTB), a União Geral dos Trabalhadores (UGT) e outras
entidades do movimento popular convocaram para a próxima segunda-feira (15), no
Rio de Janeiro, uma manifestação que contará com a presença de lideranças
políticas, destacadamente o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Temos insistido neste espaço em que o pré-sal se reveste de importância
estratégica para o desenvolvimento do Brasil e as futuras conquistas sociais e
econômicas do país. É imenso o seu potencial produtivo. A Petrobras precisou de
apenas oito anos para extrair 500 mil barris diários de petróleo do pré-sal,
sendo que no Golfo do México foram necessários 19 anos para que as
multinacionais alcançassem esse mesmo volume.
Graças a políticas adotadas pelo governo da presidenta Dilma Rousseff e pelo
Poder Legislativo, com a maioria formada nas duas casas congressuais pelos
partidos de sustentação do governo, parte substancial dos recursos provenientes
da exploração do pré-sal será destinada à educação e à saúde. Nos próximos 35
anos, esse montante será de R$ 1,3 trilhão em royalties que se destinarão à
saúde e à educação. Isso equivale a mais de dez vezes o atual orçamento do
governo federal para essas áreas.
Em outra iniciativa de envergadura, mais de 250 organizações dos movimentos
sociais realizaram atos de massas e uma consulta popular por uma reforma
política democrática que inclui a convocação de uma Assembleia Nacional
Constituinte. A consulta popular propriamente dita realizou-se durante a Semana
da Pátria, sob o influxo da ação de centenas de comitês populares.
Nas últimas semanas, incrementou-se a campanha de rua pela reeleição da presidenta
Dilma Rousseff. Comícios com a participação de milhares de pessoas foram
realizados em Fortaleza, Salvador e Recife, esta última falsamente considerada
como “reduto fechado” da candidata do PSB.
Do ponto de vista organizativo e da direção política, as mobilizações em defesa
do pré-sal e pela reforma política democrática com participação popular, de um
lado, e as ações de massas da campanha da presidenta Dilma, por outro, são
iniciativas independentes, cada uma segue sua lógica própria. Mas no resultado
são ações convergentes.
A mobilização do povo, seu protagonismo político, ação organizada e consciente
são os meios pelos quais este exerce seu papel de sujeito principal do
desenvolvimento político do país e o mais importante agente das mudanças. A força
do povo em movimento é que pode transformar o cenário político e produzir o
milagre da transformação da “água barrenta e escassa em torrente cristalina e
caudalosa”, como assinalou a presidenta Dilma no comício do Recife, um
contraste com a visão elitista e messiânica da candidata do PSB e a concepção
truculenta do candidato do PSDB.
A luta popular politizada é o caminho para avançar para outro sistema político,
em face da superação do atual, correspondente ao próprio esgotamento histórico
das classes dominantes retrógradas.
O Brasil está vivendo uma luta política acirrada, em que de um lado se conjugam
os interesses do imperialismo, do grande capital financeiro, da mídia
conservadora e das principais candidaturas oposicionistas – Marina Silva (PSB)
e Aécio Neves (PSDB), uma aliança que, em face do esboroamento dos seus planos,
articula manobras golpistas na reta final da campanha eleitoral. Do lado
oposto, estão as forças vivas e emergentes do povo brasileiro, seus
trabalhadores, estudantes, intelectuais e empreendedores produtivos e engajados
no desenvolvimento nacional.
Tais manobras se expressam por meio de denuncismo generalizante, em que a mídia
tudo faz para envolver irresponsável e levianamente a presidenta da República
em atos de corrupção, ignorando que foram os governos de Lula e Dilma que mais
combateram a corrupção, fortalecendo os órgãos independentes de fiscalização,
investigação e controle.
É uma luta adversa, pelos poderosos meios de que dispõem os inimigos da
democracia, da soberania nacional e do progresso social. Só pode ser enfrentada
e vencida com uma mensagem transformadora clara, um frontal debate político e
de ideias, a unidade de amplas forças democráticas, patrióticas e populares e a
mobilização das inesgotáveis energias do povo brasileiro.
A campanha eleitoral, na reta final do primeiro turno, é objetivamente o leito
em que deságuam as lutas políticas e sociais do povo brasileiro, não pode ser
vista como uma disputa apenas entre partidos e candidatos ou um fato isolado da
“política”. A ação dos movimentos sociais pode ser decisiva para o seu
desenlace a favor dos interesses do povo.
O Brasil viverá momentos decisivos nos próximos dias. Está em jogo a
continuidade do ciclo político inaugurado com a primeira vitória eleitoral de
Lula, em 2002. Há dois caminhos opostos. A disjuntiva é continuar ampliando e
aprofundando as mudanças, de sentido progressista, com a reeleição da
presidenta Dilma, ou retroceder, com a perda das conquistas alcançadas, o que
ocorreria em caso de vitória de uma das candidaturas oposicionistas, de Marina
Silva (PSB) ou Aécio Neves (PSDB).
Que se pronunciem e entrem em ação os movimentos populares, contra o golpismo
irradiado pela mídia conservadora.
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