Uma aula de manipulação da mídia brasileira para os anais do jornalismo marrom





Uma das fotos de Fernando Frazão, da EBC (acima). Não saiu na capa dos jornais. Na Folha (abaixo), Estadão e O Globo só apareceram batendo pessoas de vermelho:





Na imprensa, ato da Petrobras torna-se tudo, menos defesa




Jornais elencam briga entre manifestantes, destacam queda de classificação de investimento da estatal e manipulam discurso de Lula
Jornal GGN – Com o objetivo de abafar o ato em defesa da Petrobras, que reuniu políticos, artistas, escritores e jornalistas, no Rio de Janeiro, os jornais Folha de S. Paulo e Estadão trouxeram em sua capa outro enfoque para a estatal: a agência de classificação de risco Moody’s rebaixou a Petrobras para o grau especulativo, ou seja, a estatal entrou na lista de investimentos de risco.
À isso, a Folha publicou como motivos a investigação da Lava Jato, o endividamento da empresa e o atraso na divulgação do balanço auditado. Para associar um maior grau de negatividade a esse fato, os jornais pontuaram em seus cadernos e sites a briga entre militantes do PT e um simpatizante do impeachment contra a presidente Dilma Rousseff, pouco antes do ato em defesa da Petrobras.
A Folha de S. Paulo mostrou o que esperava do discurso de Luiz Inácio Lula da Silva no encontro, como de “desqualificação das investigações da Polícia Federal na Operação Lava Jato, que apura desvio de dinheiro na estatal, e da atuação da Justiça”. Lula não dequalificou. Manteve a crítica dos pré julgamentos da imprensa, antes da conclusão dos processos com respectivas provas.
“A ideia básica é criminalizar antes, tornar bandido antes de ser investigado e julgado. É criminalizado pela imprensa e começa o processo pela sentença. A tal da teoria do domínio do fato, eu não tenho que saber se você cometeu um crime, mas se você é o chefe, então você cometeu. É um pressuposto”, disse. “Percebo que eles continuam fazendo hoje o que sempre fizeram antes”, comparou o atual momento político com o período após a instalação da ditadura militar no Brasil”No caso da Petrobras, se parte do pressuposto de que tem que acabar com a Petrobras e criminalizar a política”, afirmou.
No ato que marcou a presença mais incisiva de Lula junto à articulação política do PT em 2015, o ex-presidente defendeu: “eu quero paz e democracia, mas se eles querem guerra, eu sei lutar também”.
“Vamos defender a Petrobras, porque defender a Petrobras é defender o Brasil, defender o Brasil é defender os trabalhadores brasileiros, defender os trabalhadores é defender a democracia, e defender a democracia é a gente defender a continuidade de um processo de revolução social que aconteceu neste país nestes últimos anos”, disse.
E, para defender, o ex-presidente lembrou: “tenho orgulho da maior capitalização do capitalismo mundial, que foi a capitalização da Petrobras, que se tornou uma das empresas mais importantes do mundo. Que vergonha eu posso ter se, no meio de uma família de 86 mil pessoas, uma pessoa comete um erro, uma ‘caca”? Não podemos jogar a Petrobras fora por causa de meia dúzia ou 50 pessoas”, argumentou.
A Folha relata o ato organizado pela CUT (Central Única dos Trabalhadores) e pela FUP (Federação Única dos Petroleiros) e a distorção foi reincidente. “Dilma precisa erguer a cabeça e dizer ‘eu ganhei’, afirma Lula”, é o título que já carrega o teor pejorativo em sua linha-fina: “Manifestantes da CUT e do PT entram em confronto com grupo antigoverno do lado de fora de ato pró-Petrobras”.
Trechos descontextualizados e associados com outros de momentos diversos do discurso de Lula foram apelados. “Para Lula, os escândalos envolvendo a estatal, alvo de uma série de denúncias investigadas pela Operação Lava Jato não são uma questão da ‘Dilma, mas da Polícia Federal ou da Justiça’. E defendeu que ‘não se pode jogar a Petrobras fora por causa de meia dúzia de pessoas’”, publicou, em um parágrafo, a Folha de S. Paulo.
Em sua fala, Lula, entretanto, não quis afastar a responsabilidade da presidente Dilma Rousseff dos casos investigados, mas defender que o processo não prejudique a postura da presidente, fomentando um cenário de crise de imagem.
“Nossa companheira Dilma tem que deixar a Petrobras para a Petrobras, as investigações para o ministro da Justiça. A Dilma tem que lembrar que ganhou eleição, levantar a cabeça e cuidar do país. Ela não pode dar trela. Nós ganhamos as eleições e parece que temos vergonha de ter ganhado”, disse, na verdade, o ex-presidente.
A descontextualização proposital também ocorreu na discrepância de imagens, associando a briga de momentos antes com o discurso de Lula. Foi o que fez o Estadão, que imprimiu a fotografia de troca de socos entre os manifestantes, com a matéria que carregava o título “Lula pede que Dilma ‘levante a cabeça’”:


PS do Viomundo: Lembram-se das capas dos jornais na antevéspera da eleição presidencial de 2006? A mesma coisa na Folha e no Estadão: Lula de capuz, feito bandido, com o dinheiro dos aloprados sobre ele…






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