ALVARO DIAS NEGA TER FECHADO CPI POR DINHEIRO
Cresceu a pressão sobre
o senador Alvaro Dias (PSDB-PR) desde que o juiz federal Sergio Moro,
responsável pelos processos da Operação Lava Jato, decretou, nesta quarta-feira
25, uma nova prisão preventiva contra o lobista Fernando Soares, conhecido como
Fernando Baiano. Segundo Moro, surgiram novas provas sobre a propina paga em
2009 ao então presidente do PSDB, Sérgio Guerra, para que a CPI da Petrobras
fosse encerrada no Congresso. Segundo o delator Paulo Roberto Costa, ex-diretor
da estatal, o tucano teria recebido R$ 10 milhões para realizar a tarefa.
Alvaro
Dias foi autor do pedido para criar a CPI e anunciou a saída da oposição da
comissão, quatro meses antes do prazo final, em uma entrevista coletiva com
Sergio Guerra. Os tucanos argumentaram que o governo não permitia a
investigação, barrando pedidos de requerimentos e quebra de sigilos por parte
dos opositores. "Não houve investigação. A comissão foi um palco para
discursos técnicos. Essa CPI foi a que o governo mais se interessou e mais
impediu a apuração", disse o senador paranaense à época. Sem a presença
dos tucanos, a CPI foi enterrada.
Em
outubro, um auxiliar do doleiro Alberto Youssef, o empresário Leonardo
Meirelles, disse em depoimento à Justiça Federal que outros tucanos
receberam propina do esquema além de Sergio Guerra, que faleceu em março do ano
passado. Seu advogado, Haroldo Nater, afirmou que Meirelles não foi
autorizado a citar nomes, mas teria dado uma pista sobre quem seria um dos
parlamentares do PSDB. Ele era da mesma região de Youssef, que nasceu em
Londrina, no Paraná. Alvaro Dias nasceu em Quatá, no interior paulista, e foi
criado em Maringá (PR), mas foi em Londrina onde estudou e iniciou sua carreira
política, se elegendo vereador em 1968.
Ao
247, Dias negou ter fechado a CPI por dinheiro. "O motivo para a oposição
abandonar a CPI em 2009 foi o fato de a maioria governista impedir as
investigações, como convocações e quebras de sigilo solicitadas pela oposição.
Mas o senador Alvaro Dias, que desde 2008 faz denúncias da tribuna contra as
irregularidades na Petrobras, ingressou, assim que eles decidiram deixar a CPI,
com 18 representações na Procuradoria-Geral da República pedindo que o
Ministério Público investigasse o que eles não conseguiram investigar na
CPI", informou sua assessoria de imprensa.
Recentemente, o senador postou em sua página
no Facebook um cartaz com os
dizeres 'Je suis Sergio Moro' – "Eu sou Sergio Moro", em francês.
Para o jornalista Fernando Brito, editor do blog Tijolaço, Moro teria provas
contra um tucano morto – Sergio Guerra – e um "que se finge de
morto", numa referência a Dias. "Dias está quietinho. Não fala, até
porque ninguém pergunta, sobre como foi este episódio onde executou o ato que
Guerra 'vendeu'", escreveu
hoje o blogueiro.
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