As empresas de mídia têm direito divino a verbas multimilionárias da publicidade estatal?
A única ditadura que existe, mesmo, no
Brasil, é a da mídia.
Estamos
em tempo de ruas cheias, fervor cívico, indignação popular contra a corrupção,
não é?
O que
diz Alberto Youssef, o ladrão que virou oráculo da verdade é o bastante para
demolir reputações, prender, quase para linchar alguns.
Alguns,
mas não a outros.
Os
grandes jornais fizeram silêncio quase absoluto diante do vídeo em que ele
expõe a informação que Aécio dividia com o PP as “mesadas” de uma diretoria de
Furnas.
Um ou
outro, discretamente, fala num “ouviu dizer”, “suposto”, “alega” e outros
melindres que jamais se fez em relação a qualquer outro.
Um
vago “sabiam” em relação a Lula e Dilma deu capa da Veja na véspera das
eleições.
O
“Aécio levava US$ 100 mil por mês” dá notinhas evasivas.
E
olhem que não é um “vazamento”, não é o trecho de um documento, mas um vídeo,
com toda a sua carga chocante.
Mesmo
interrogado por um promotor que, além de “trocar” diversas vezes no nome de
José Janene por José Gen0íno – ah, o que vai na alma de nossos promotores! –
não se preocupa em perguntar que diretoria, em que negócios, e outras
informações objetivas, o vídeo é mais que notícia, seria manchete em qualquer
país onde houvesse uma imprensa livre e independente.
Afinal,
é um candidato presidencial, “dono” de 51 milhões de votos, que é diretamente
acusado de receber propinas.
Vejam
bem: não doações para a campanha eleitoral, mas “mesada”!
Mais,
de uma empresa que tinha em seu Conselho de Administração ninguém menos que o pai de Aécio,
Aécio Ferreira da Cunha, que ficou lá no Governo Fernando Henrique Cardoso e
nos primeiros anos do governo Lula!
Isso
não merece sequer investigação, não é, Dr. Janot?
Não
precisa mais censor.
O seu
direito de saber dos fatos, agora, está completamente vinculado a que seja
da conveniência do cartel da mídia.
Ou de
que você os procure em matérias pequenas, no meio do texto ou em referências
esparsas.
Não
se trata mais de “parcialidade”.
É
silêncio.
Se
alguém quer saber como é que uma ditadura encobre a corrupção, olhe para o que
está acontecendo.
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