‘CLUBE’ DA LAVA JATO FINANCIOU CAMPANHAS TUCANAS EM 2002

O “clube” de empreiteiras denunciado pelo
Ministério Público à Justiça Federal do Paraná, com base nas investigações da
Operação lava Jato, de Polícia Federal, atuou na distribuição de propinas para
as campanhas eleitorais tucanas no final do governo Fernando Henrique Cardoso
(PSDB), em 2002.
As empresas integram uma relação de grandes
contribuintes de esquema de corrupção e pagamento de propinas montados pelos
tucanos a partir da Furnas Centrais Elétricas, subsidiária da Eletrobras,
investigado pela Polícia Federal (PF) e Procuradoria-Geral da República (PGR).
Na chamada lista de Furnas, denunciada por um
dos organizadores do esquema, Dimas Toledo, estão registrados nomes e valores
vultuosos repassados a tucanos como Aécio Neves, José Serra, Aloísio Nunes,
hoje senadores, Geraldo Alckmin, atual governador de São Paulo, e do
ex-deputado Alberto Goldman. Além deles, estão bastiões da moralidade, como os
deputados Jair Bolsonaro (PP-RJ)) e Carlos Sampaio (PSDB-SP) só para citar
alguns.
O delator do processo que culminou na AP-470
no Supremo Tribunal Federal (STF), ex-deputado Roberto Jefferson, também
condenado na ação, confirmou ter recebido R$ 75 mil de recursos do esquema à
época, conforme aponta a lista.
Os recursos são oriundos de um grupo de mais
de cem instituitções, entre empreiteiras, fundos de pensões e empresas
estatais. Dentre elas, grupos como Camargo Corrêa, Engevix, Odebrecht e Queiroz
Galvão, investigadas na Operação Lava Jato, Alstom Brasil e Siemens,
investigadas no chamado “Trensalão Tucano” por desvios de recursos em aquisição
de trens em São Paulo, e o Banco Opportunity, de Daniel Dantas, investigado na
famosa “Operação Satiagraha”.
Autorização de Aécio -A relação feita por
Toledo foi registrada em cartório e atestada por laudo técnico pericial
realizado pela PF. Trata-se de uma prestação de contas quee mostra com clareza
que Aécio Neves tinha até poder de definir quem receberia parte das propinas.
Ao lado do nome do então candidato ao Senado Zezé Perrela, que teve se
helicóptero apreendido com cerca de meia tonelada de cocaína, aparece a
observação que comprova as prerrogativas do ex-governador de Minas.
A observação, em negrito, “Autorização de
Aécio Neves”, está destacada ao lado do valor de R$ 350 mil com a qual Perrela
foi agraciado pelo esquema.
Foram distribuídos pelo esquema de Furnas
quase R$ 40 milhões aos então candidatos, sendo que apenas os três principais
tucanos ficaram com quase R$ 22 milhões: Aécio (então candidato a governador) –
R$ 5,5 milhões; Serra (presidência) – R$ 7 milhões; e Alckmin (governador) – R$
9,3 milhões.
A lista de 2002 e integra processo aberto pela
procuradora Andréia Saião, do Ministério Público Federal no Rio de Janeiro, em
2010.
O ostracismo a qual o caso está submetido no
Rio de Janeiro, ao lado dos depoimentos do doleiro Alberto Yousseff na delação
premiada da operação Lava Jato, chamou a atenção dos petistas Odelmo Leão,
Padre João (deputados federais) e Rogério Correia (estadual/MG).
Os três requereram nessa quinta-feira (19), ao
procurador-geral Rodrigo Janot, que requeira o caso da Lista de Furnas para si
e o agregue ao conjunto de evidências denunciadas por Yousseff para abertura de
inquérito contra Aécio Neves.
Os parlamentares petistas estão convencidos
que o cruzamento entre as informações de Yousseff e o processo no Rio de
Janeiro comprovam a participação de Aécio Neves e seus correligionários no
esquema de corrupção.
Comentários
Postar um comentário
comentário no blogspot