Empresária que tirou roupa em protesto é analfabeta política
No
meio de milhares de pessoas, ao menos seis carros de som e diversos gritos de
protesto contra o governo da presidente Dilma Rousseff (PT), no último dia 15,
na Avenida Paulista, região central de São Paulo, a empresária baiana Juliana
Isen, de 36 anos, encontrou outra maneira de chamar a atenção de todos os que
estavam ao seu redor.
Juliana colocou dois adesivos nos mamilos e tirou a camiseta
diante de dezenas de policiais, que olharam impassíveis. Aos gritos de “Fora
Dilma, Fora PT, quero um País melhor, sem corrupção”, ela caminhou seminua pela
mais icônica avenida da principal cidade do País, posou para fotógrafos e
curiosos e ainda hoje, duas semanas após a manifestação, fatura com a atitude
incomum.
A empresária diz que ficar seminua na Avenida Paulista foi
uma decisão totalmente passional, impulsiva, nada programada. Quando pequena, Juliana
conta que era tímida. Mas não foi o que se viu no protesto da empresária. “Me
deu aquela coisa… vi os policiais, coloquei os adesivos [nos mamilos] e tirei
[a blusa]. Quando olhei ao redor, vi um monte de fotógrafos, um monte de gente
e pensei: ‘é agora que vou mandar meu recado’. Gritei que queria liberdade, um
país melhor, fora PT, fora Dilma, fora Lula. Chega, já deu'”.
Ela garante que não premeditou a nudez em busca de fama.
“Fui movida pelo calor da emoção. Não achei que ia causar polêmica. Minha
aureola estava totamente coberta pelo adesivo. Tirei a blusa, comecei e papapá.
Nem imaginei aquele monte de fotógrafos. Fui verdadeira, espontânea. E faria de
novo”, conta.
Debaixo de uma leve garoa e no meio da empolgação, os
adesivos de Juliana descolaram e por alguns minutos ela ficou sem a proteção
nos seios. O jeito foi usar novos adesivos. Além dos novos seguidores nas redes
sociais, de programa de TV e ensaio nu, Juliana teve de administrar a avó, por
quem foi criada, que ficou dois dias de cama.
A
empresária, que é sócia do ex-marido em uma revenda de suplementos para
atletas, virou neocelebridade e conquistou o posto de musa dos atos antigoverno.
E nas últimas duas semanas, diz ter visto sua vida mudar, com direito a pedidos
de casamento pelo Facebook, cantadas de homens e mulheres e até convite (já
aceito) para posar nua para uma revista masculina. No dia seguinte ao protesto,
foi preciso contratar um assessor de imprensa e um empresário – Cacau Oliver, o
mesmo da ex-vice-miss bumbum, Andressa Urach. Agora o sonho é ser apresentadora
de TV.
O ensaio da revista “Sexy” ainda é tratado com certo
mistério. Juliana dá a entender que parte dele pode ser feito na próxima
manifestação, marcada para 12 de abril. “Vai chocar a sociedade. Vai ser bafão.
Minha revista vai chocar politicamente falando”, diz. A primeirão sessão de
fotos foi feita na sexta-feira (27), mas a publicação deve chegar às bancas em
maio ou junho.
Em entrevista ao iG, a empresária, que rechaça o título de
socialite e se define como de direita por ser “contra o PT”, diz que aquela foi
a segunda manifestação da qual participou. A primeira foi em junho de 2013,
quando se juntou a outras milhares de pessoas também na avenida Paulista para
pedir a revogação do aumento de R$ 0,20 nas tarifas de ônibus, metrô e trem de
São Paulo.
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