Youssef disse ter ouvido que Aécio recebia recursos de Furnas
O
doleiro Alberto Youssef afirmou em um dos depoimentos de sua delação premiada
que ouviu do ex-deputado José Janene e do presidente da empresa Bauruense,
Airton Daré, que o senador Aécio Neves (PSDB) dividia uma diretoria de Furnas
com o PP e que uma irmã dele fazia a arrecadação de recursos junto à empresa
citada. Youssef disse não saber como se daria essa arrecadação por parte do
PSDB. Os investigadores chegaram a apresentar uma foto de Andréa Neves, irmã do
senador, mas Youssef disse nunca ter estado com ela.
O depoimento sobre Aécio Neves consta nos vídeos de delação
premiada divulgados nesta terça-feira pelo Supremo Tribunal Federal (STF). As
declarações foram prestadas no dia 12 de fevereiro deste ano, quando o grupo de
trabalho da Procuradoria-Geral da República voltou a Curitiba (PR) para ouvir o
doleiro em relação a pessoas com foro privilegiado. As citações ao senador
tucano foram arquivadas pelo STF seguindo a proposta do procurador-geral da
República, Rodrigo Janot. A alegação do procurador para o arquivamento da
acusação é que as citações foram indiretas, e que Youssef não forneceu
elementos suficientes para aprofundar a investigação.
(…)
Youssef contou que auxiliava Janene e algumas vezes
transportou recursos para ele, originários de propinas pagas pela empresa
Bauruense por contratos em Furnas. Isso teria ocorrido entre 1996 e 2000, no
governo Fernando Henrique Cardoso. Janene arrecadava entre US$ 100 mil e US$
120 mil mensais, com pagamentos em espécie em dólares ou reais. Ele afirmou que
ouviu o ex-deputado afirmar a correligionários do PP que a diretoria de Furnas
era dividida com o PSDB, mais especificamente com Aécio.
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