Há uma ameaça concreta à liberdade de imprensa na enxurrada de ações contra Nassif
De Nassif, no ggn:
(…)
Sou alvo de seis ações cíveis de jornalistas, cinco delas de jornalistas da
Veja, duas de não jornalistas. Os dois não jornalistas são os notáveis Gilmar
Mendes, Ministro do STF (Supremo Tribunal Federal), e Eduardo Cunha, presidente
da Câmara. Além deles, sofro uma ação de Ali Kamel, o todo poderoso diretor da
Globo.
***
O que pretendem me sufocando financeiramente com essas
ações?
Desde que se tornou personagem do jogo político, a Gilmar
tudo foi permitido.
Em meu blog já apontei conflitos de interesse – com ele
julgando ações de escritórios de advocacia em que sua mulher trabalha e de
grandes grupos que patrocinam eventos do IPD (Instituto Brasiliense de Direito
Público).
Apontei o inusitado do IDP conseguir um contrato de R$ 10
milhões para palestras para o Tribunal de Justiça da Bahia no momento em que
este se encontrava sob a mira do CNJ. E critiquei a maneira como se valeu do pedido
de vista para desrespeitar o STF e seus colegas.
***
De Eduardo Cunha, é possível uma biografia ampla, desde os
tempos em que fazia dobradinha com Paulo César Faria, no governo Collor,
passando por episódios polêmicos no governo Garotinho e no próprio governo
Lula.
No governo Collor ele conseguiu o apoio da Globo abrindo
espaço para os cabos da Globo Cabo e dispondo-se a adquirir equipamentos da NEC
(controlada por Roberto Marinho). Agora, ganha blindagem prometendo impedir o
avanço da regulação da mídia.
Sobre Kamel, relatei a maneira como avançou na guerra dos
livros didáticos – um dos episódios mais controvertidos da mídia nos últimos
anos, quando editoras se lançaram nesse mercado para ampliar seus negócios.
***
Censurando os críticos, asfixiando-os economicamente, quem
conterá os abusos de Gilmar, de Cunha e de Kamel?
Há uma ameaça concreta à liberdade de imprensa nessa
enxurrada de ações.
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