A sinistra milícia dos “Gladiadores do Altar”, a nova invenção da Igreja Universal
Treino
dos “Gladiadores do Altar” no Ceará: acho que você já viu isso antes
Tudo o que é ruim sempre pode piorar.
Você achava que a ascensão de Eduardo Cunha e da bancada
evangélica era um passo rumo à Idade Média.
Você não pensou que seria possível que uma estultice como o
projeto que cria o Dia do Orgulho Hetero fosse ser desenterrada.
Você não achou que voltasse à pauta o Estatuto da Família,
que define a célula familiar como composta apenas de homem e mulher e que pode
proibir casais gays de adotar crianças.
Faltava um exército para os fundamentalistas.
Não falta mais, aparentemente.
A Igreja Universal criou uma milícia estranhíssima chamada
“Gladiadores do Altar”.
Segundo o site da IURD, a iniciativa “visa formar jovens
disciplinados e altamente preparados para enfrentar os desafios diários de
ganhar almas e fazer discípulos”.
Os “rapazes”, diz o texto, “estão dispostos a abrir mão de
suas vidas para que outras pessoas sejam ajudadas”. A única exigência é “é ser
batizado nas águas e ter desejo e disposição de servir a Deus e estar preparado
para o que vier pela frente”.
Não se sabe de quem foi a ideia, mas o autor merece o Oscar
da falta de noção.
Em vídeos divulgados pela instituição, dezenas de jovens
uniformizados aparecem marchando triunfais e repetindo as palavras de ordem de
um pastor paramentado como rabino.
Ao final, o líder pergunta aos homens o que eles querem.
“O altar, o altar, o altar”, respondem, o braço direito
estendido apontando para o dito cujo em cima do palco. O altar, no
neopaganismo barato da Universal, tomou o lugar de Jesus Cristo.
Não é preciso ser muito esperto para enxergar uma
semelhança sinistra com, na melhor das hipóteses, a sudação dos policiais do
Bope e, na pior, o “Sig, Heil” nazista. O pessoal do Estado Islâmico ficaria
orgulhoso.
O que estes cidadãos pretendem fazer para ganhar almas
vestidos de Guarda Revolucionária é um mistério. A apresentação é cheia
daqueles momentos em que o patético passa a dar um certo calafrio.
Antonio Gramsci chamou os fascistas italianos que surgiam
de “gente ridícula, do tipo que faz as notícias, mas não faz a história”. Deu
no que deu.
Sangue de Cristo tem poder.
Comentários
Postar um comentário
comentário no blogspot