Acusado de embolsar R$ 1 milhão depois de chantagem, Agripino vai às ruas pedir impeachment de Dilma




José Agripino Maia, mais conhecido no RN como a "Galega do Alecrim"



Por Luiz Carlos Azenha
Agripino Maia, presidente do Democratas, será investigado em inquérito pedido pela Procuradoria Geral da República sob suspeita de ter embolsado R$ 1 milhão de reais de propina para facilitar um esquema corrupto no Rio Grande do Norte.
Saiu até no Fantástico. Mas, diga-se, sem que fosse frisado que Agripino é mais que um simples senador e presidente do DEM. Ele foi coordenador da campanha do tucano Aécio Neves e era figura frequente no Jornal Nacional… denunciando corrupção.
Agripino é um daqueles paladinos da moral que ombreiam com Demóstenes Torres, o “mosqueteiro da Veja“.
As circunstâncias em que ele pediu propina foram bizarras, a acreditar no relato do delator:
O caso é investigado desde 2011 pelo Ministério Público do Rio Grande do Norte, quando foi deflagrada a Operação Sinal Fechado. Há três anos, CartaCapital revelou em primeira mão o depoimento de uma testemunha-chave na investigação, o lobista Alcides Fernandes Barbosa, que já apontava a participação do senador no esquema.
À época, Barbosa revelou que foi levado ao “sótão” do apartamento de Agripino Maia, em Natal, onde garante ter presenciado [o empresário George] Olímpio negociar com o senador apoio financeiro à campanha de 2010. Segundo Barbosa, o empresário prometeu 1 milhão de reais para o presidente do DEM. O pagamento, segundo o combinado, seria feito em quatro cheques do Banco do Brasil, cada qual no valor de 250 mil reais, a ficarem sob a guarda de um homem de confiança de Agripino Maia, o ex-senador José Bezerra Júnior, conhecido por “Ximbica”. Ainda segundo a testemunha, o senador queria o dinheiro na hora, mas Olímpio afirmou que só poderia iniciar o pagamento depois.
O depoimento de Barbosa converge com as recentes revelações feitas por [o empresário George] Olímpio [em delação premiada]. “Subimos para parte de cima da cobertura de José Agripino, começamos a conversar e ele disse: ‘É George, a informação que nós temos é que você deu 5 milhões de reais para campanha de Iberê’”, afirma o delator. Iberê Ferreira era o governador na época. Faleceu em 2014, aos 70 anos. “Eu dei 1 milhão para campanha de Iberê. Ele (Agripino Maia) disse: ‘pois é, como é que você pode participar da nossa campanha?’ Eu falei ‘200 mil’.
Disse: ‘tenho condições de lhe conseguir esse dinheiro já. Estou lhe dando esses 200 mil, na semana que vem lhe dou 100 mil’. Ele disse: ‘pronto, aí vai faltar 700 mil para dar a mesma coisa que você deu para Iberê’. Para mim, aquilo foi um aviso bastante claro de que ou você participa ou você perde a inspeção. Uma forma muito sutil, mas uma forma de chantagem”.
O esquema, segundo as duas testemunhas, era para facilitar uma negociata envolvendo inspeções veiculares. Importante destacar que, depois de implantadas em São Paulo pelo prefeito Gilberto Kassab, então no DEM, elas “migraram” para o Rio Grande do Norte. Curioso, né?
Segundo o delator, o esquema envolvia a ex-governadora e atual prefeita de Natal, Wilma de Faria (PSB), o atual presidente da Assembleia Legislativa do Estado, Ezequiel Ferreira (PMDB), e o senador Agripino Maia. O esquema criminoso teria ocorrido entre 2008 e 2011, quando Olímpio montou um instituto para prestar serviços de cartório ao Detran estadual. Ele afirma ter pago propinas a políticos para agilizar a tramitação do projeto de lei que criava a inspeção veicular da qual se beneficiaria. Agripino Maia teria exigido 1 milhão de reais para reforçar o caixa de sua campanha política.
Apesar da denúncia contra ele, pelo jeito Agripino Maia vai fazer que não tem nada a ver com isso. Quem sabe o Jornal Nacional ressuscite um “especialista” que ouviu recentemente, quando dedicou reportagem especial às delações premiadas. O JN nunca teve este cuidado quando se tratava, por exemplo, das denúncias contra petistas no mensalão. Desta feita, ouviu uma cabeça falante que frisou que delações não significam culpa!


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