A amante de Youssef e a profecia de Spengler
Do Blog "O Cafezinho"
Recorto lá do Tijolaço, de um belo e dolorido post
do Fernando Brito, a referência a um trecho do depoimento da
ex-amante de Youssef à CPI da Petrobrás.
Como,
noutra esfera, uma doleira, mulher por quase dez anos do “bandido profissional”
Alberto Youssef,sente-se à vontade para elogiar o juiz que a prendeu,
exibir o traseiro para mostrar onde carregou o dinheiro e fazer a defesa –
chega a doer ler isso – do que, na sua abalizada opinião, deva ser a “cruzada
da moralidade”:
“Se
for necessário que haja recessão, que haja desemprego, que haja tudo isso, para
acabar com essa corrupção, poxa vida! Vamos lá. Enquanto não cortarem o mal
pela raiz, vai continuar.”
*
Me
recuso a comentar a opinião de alguém que acha que recessão e desemprego vão
“acabar com a corrupção”.
Entretanto,
é uma opinião que diz muito sobre os tempos atuais. A mídia efetivamente
produziu uma multidão de zumbis psicóticos, dispostos a destruir o país se os
jornais assim lhes ordenarem.
Isso
me lembra o trecho de um livro que já foi um clássico, O declínio do Ocidente,
de Oswald Spengler, sobre o aparecimento da imprensa moderna. Pessimista,
Spengler afirma que a imprensa surgiu para facilitar a manipulação das
consciências. Antes dela, os reis tinham que apelar aos fuzilamentos para
convencer os trabalhadores a se engajarem em suas guerras. Com o advento da
imprensa, cria-se facilmente ondas de opinião em favor das guerras, levando os
cidadãos a se encaminharem, alegres e submissos, na direção do abismo.
Tanto
é assim que as piores guerras da humanidade se deram já num ambiente de
modernidade, onde os ódios políticos eram manipulados por uma imprensa cínica e
corrompida. Como é a imprensa brasileira hoje.
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